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terça-feira, junho 30, 2009

"A herança de Michael Jackson é a música pop de hoje"


Marcelo Negromonte, editor de Entretenimento do UOL, comenta a importância de Michael Jackson para a música e para a cultura pop. O cantor morreu em 25 de junho de 2009, aos 50 anos de idade.

Neo Zeitgeist





domingo, junho 28, 2009

Agora estamos em um mundo onde não é mais possível haver Michael Jackson.

Neo Zeitgeist





quinta-feira, janeiro 01, 2009

2009

Pela segundo ano consecutivo, eu passo o réveillon no alto. Do 13º andar ao 5º, afastados por mil quilômetros. No horizonte, av. Paulista a uma distância razoável, depois Lago Norte, muito mais visível. Tenho a dizer que esses fogos precisam se reiventar. Aqueles coloridos que explodem e se espalham em forma de "oh!" já tem uns dez anos.

Isso só quer dizer que me isolei deliberadamente desta vez. É inédito isso. Preisava começar o ano com algo nunca dantes realizado (adoro dantes).

E é justo agora que o trema passa a não existir. Tipo, oi, o trema morreu e tá todo mundo comemorando neste exato momento? Insensíveis!

Mas tem um lado bom. Sequestro não tem mais trema. Isso pode ser usado na negociação a favor de sequestrado, porque já tirarm isso dele; o sequestrador não pode alegar igualdade de direito, nesse caso, porque ele é um palhaço e não pode alegar nada.

De qualquer modo, Björk e Bündchen permanecem. É o mínimo de dignidade que o trema merece.

Agradeço a presença do trema durante todos esses anos, sempre no topo e sempre em dobro. Um beïjo.

Feliz dois mil e love (até agora não sei se esse 'love' funiona)

Neo Zeitgeist





quarta-feira, setembro 10, 2008

The Best of 2000's

Sem a lista abaixo, os anos 2000 não teriam existido:

"Daft Punk Is Playing at My House" - LCD Soundsystem
"Crazy" - Gnarls Barkley
"Umbrella" - Rihanna
"Hung Up" - Madonna
"Seven Nation Army" - White Stripes
"Young Folks" - Peter, Bjorn and John
"One More Time" - Daft Punk
"Clocks" - Coldplay
"We Are from Barcelona" - I Am from Barcelona
"Bucky Done Gun" - M.I.A
"Maps" - Yeah Yeah Yeahs
"House of Jealous Lovers" - The Rapture
"Knives Out" - Radiohead
"Vertigo" - U2
"Rehab" - Amy Winehouse
"Mercy" - Duffy
"Over and Over" - Hot Chip
"Take me Out" - Franz Ferdinand
"Dare" - Gorillaz
"Frank Sinatra" - Miss Kittin & The Hacker
"Blind" - Hercules & Love Affair
"Comfortably Numb" - Scissors Sisters
"Grace Kelly" - Mika
"Crazy in Love" - Beyoncé
"Last Nite" - Strokes
"Hey Ya" - OutKast
"I Bet You Look Good on the Dancefloor" - Arctic Monkeys

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segunda-feira, agosto 11, 2008

TIRO E LUTA


O que eu mais gostei até agora d'Os Jogos, e isso mostra muito do espírito olímpico tão idealizado pelo barão Pierre de Courbertin, foi quando as atletas da Rússia e da Geórgia se uniram no pódio e deram uma lição ao mundo.

O esporte: TIRO. hahahahahaha.

O texto sobre isso é pequeno, mas ótimo.
Vamos lá?

A disputa no tiro não deve ser a única que vai envolver os dois países, que disputam a região da Ossétia do Sul.
Definitivamente não, tem a disputa de canhões, artilharia aérea, saques e muito mais!

A georgiana já cumprimentara a russa de forma efusiva após o último tiro.
Não queria ser eu a pessoa que poderia levar algum constrangimento internacional, mas deve ter sido por causa de algum abraço efusivo assim que os tiros estão comendo solto no Cáucaso.

Na luta, os dois vizinhos estão entre as maiores forças e candidatas ao pódio.
Bom, alguém duvida?

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Gay transfere para Bolt a pressão na prova dos 100 m rasos.

Tenho a dizer que conheço muita gente boa que já transferiu pressão do tipo até mesmo em corridas más rapidas.

Agora chamam isso de Os Jogos. Falou.

Aliás, sabe como Tyson Gay se chamaria no Brasil? Maguila Bicha.

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sábado, agosto 09, 2008

"Parece que esse cara é daqueles que saem de casa e vão tentar impressionar o mundo com seus conhecimentos musicais", pensei ao conversar com um sujeito que falava de alguns acts com intimidade e segurança. A intimidade foi adquirida talvez no dia anterior com alguns cliques na internet, e a segurança advinha dessa facilidade em se tornar falsamente íntimo de algo de que nunca nem ouvira falar poucas horas antes.

Eu tenho um prazer genuíno em conversar com pessoas assim. Porque desestruturá-las é a minha diversão. "Sei, que legal. Você conhece mesmo essa banda, né?". Ah, não gosta tanto assim dela, era o balanço que ele tentava me transmitir baseado em seu amplo conhecimento do assunto.

É preciso boa dose de nonchalance para tentar convencer, de outro modo fica evidente o seu esforço em mostrar alguma superioridade intelectual, e não é legal se exibir de modo tão óbvio. Então de vez em quando ele falava só o primeiro nome dos músicos --ele realmente estava me entretendo.

Os melhores momentos são quando surgem exemplos para darem uma idéia do que ele está falando, preocupação didática bem-vinda. "É meio White Williams, meio Liquid Liquid, sabe?", "É uma mistura de Calvin Harris e Beatles pré-Yoko". O cara era bom mesmo, porque ele fazia tudo direitinho: citava gente com um (ou nenhum) álbum lançado como referência e soltava ora nomes antigos e undergrounds, ora bastante reconhecíveis para trazer o interlocutor de volta à conversa --nesse último caso, nota-se um sentimento de piedade em relação à ignorância alheia. Ele era mesmo muito bom.

"O show do Hercules and Love Affair", disse ele, "é um lixo, uma bosta". Ele havia gostado muito do disco, em sintonia com o grupo no qual ele está/quer ser inserido (não é preciso muito talento para identificar quais bandas você deve dizer que gosta), mas se "decepcionou" com o show que viu na Espanha (outro país, festival legal: tudo credencial positiva para ele).

Como um mensageiro que chega de terras distantes para anunciar as boas novas, esse cara falava como se fosse testemunha única de um evento que não poderia ser compartilhado por mim e pelas outras pessoas em volta porque não estávamos lá. Tinha razão. E isso lhe dava autoridade para ser peremptório.

"Ah, eu me diverti bastante no show deles", disse eu para uma inenarrável surpresa do cara. "Onde você viu?", me perguntou como um guarda pede os documentos. Então eu, que já estava me divertindo horrores, me preparei para a punch line e obviamente usei as mesmas armas que o cara havia usado até então para deixar tudo melhor ainda: pedantismo, demonstração tola de suposta superioridade, idéia de exclusividade e alguma indiferença.

"Em Londres. Foi o primeiro show deles na Inglaterra, uns dias antes desse festival aí, num buraco no Soho, muito legal, foi beeeem divertido, devia ter umas 200 pessoas, acho, sold out. Quer mais cerveja?".

Nesse ponto o cara passou a dizer que realmente o show que ele vira tinha sido péssimo, tão ruim que o tom era quase agressivo. Claro que a agressividade dele não era em relação à banda, mas a mim que havia direcionado os holofotes para longe do seu campo de atuação, meu objetivo incial.

"Falou, o prazer foi todo meu", me despedi.

Neo Zeitgeist




BEIJING, BEIJING, PAU, PAU

Por que tudo relacionado a esporte é cafona? A abertura das Olimpíadas, tradicionalmente um primor de breguice, foi um espetáculo extravagante e ostentatório típico da China.

Sem contar a precisão coreográfica dos atores, o que na China ganha contornos macabros: pela obsessão pela ordem no país e pela ditadura militar e seus soldados em sincronia.

Tudo brega e estranhamente organizado.

Neo Zeitgeist





domingo, julho 20, 2008

DUBROVNIK, MEU AMOR

Cerca de uma hora depois de decolar de Zagreb, eu estava diante de um cenário de uma beleza tão impactante que me fez chorar pequeno. Pequeno eu também me sentia diante daquele mar azul klein que ganhava matizes incríveis à medida que se aproximava do continente, formado por montanhas tão áridas quanto claras.

Aliás, eu tinha certeza de que as montanhas, ao se interromperem abruptamente na água, reverenciavam o mar. A terra, cinza claro, literalmente se curvava ao profundo azul; elas jamais poderiam conquistá-lo, apenas se resignar. No encontro dos dois, uma cor inédita para os meus olhos, uma felicidade incontida de estar confortavelmente pequeno diante do sublime.

Na verdade, aquelas rochas sem vida eram esmagadas pelos azuis do mar e do céu --se eram respeitosos para com o primeiro, pareciam desafiar o segundo com suas dobraduras em forma de lanças. A tensão que a natureza provoca entre alguns dos seus componentes parece destinada a causar a mais completa excitação nos homens, como se esse embate fosse um clímax de uma história da qual eu era só um figurante --e, naquele momento, sem fala.

Pelo litoral da Dalmácia, o avião me levava ao que me pareceu ser o paraíso. Quanto mais baixo ele voava, maior era o entusiasmo. Não apenas pelo cenário, mas por não fazer idéia aonde aquela máquina poderia pousar naquele terreno pontiagudo e disforme, onde a superfície mais plana visível era apenas o mar. Eis que a areonave da Croatian Airlines entra em uma montanha aberta especialmente para uma pista de pouso, e quase pedi para o piloto voltar e fazer tudo de novo.

Pisei na pista do aeroporto de Dubrovnik sem passar pelos assépticos fingers que ligam o avião à sala de desembarque. Eu estava aonde eu mais queria estar! Havia muito tempo que eu não sentira isso.

E por que eu queria estar lá? Por que não?, poderia ser uma resposta pedante e evasiva. Mas eu queria estar em Dubrovnik, porque desde sempre me parecia uma cidade única sob todos os aspectos. A Stari Grad (Cidade Velha), o centro, é murada diante do mar. Esse aspecto militar medieval me encantava. Já fui a cidades muradas ou que foram muradas, mas todas estavam bem dentro do continente. Dubrovnik, ao contrário, se fecha diante do Adriático, espremida entre o mar e a montanha, como uma ostra medrosa.

E então entendi que dentro dessa ostra está a tal "pérola do Adriático", branca, linda, brilhante. As pedras das ruelas estreitas, por onde não circulam carros, chegam a ofuscar de tão polidas. As das construções são mais foscas, mas igualmente claras, como se fossem mármore.

De cima, Dubrovnik é laranja, cor de açafrão. Se eu lhe perguntasse o que é vermelho por fora e claro por dentro, você teria duas opções: Dubrovnik e cheesecake. Os telhados, com suas telhas iguais, mas longe de serem monótonas, são as penas de uma mãe ganso a proteger os seus filhotes, tal a simetria das telhas e o pequeno caos formado pelas direções em que apontam. As telhas de laranja mais vivo são as recolocadas há menos de 20 anos, depois da guerra. As mais leitosas sobreviveram aos ataques.

Não se pode dizer que você entra em São Paulo, Londres ou Madri; você chega a esses lugares. Em Dubrovnik, você entra. Por um portão, o Pile, que dá na Placa, a rua principal que divide a Stari Grad mais ou menos no meio.

À esquerda, as ruas são escadas, com degraus altos, que se tornam cada vez mais íngremes à medida que se adentra. À direita, as ruas são planas até certo ponto; depois, mais escadas para o alto. E a muralha a conferir um aconchego esquisito dos limites de sua ação. E a montanha a sinalizar o limite de tudo. E o céu azul-marlboro azul, além.

Pra que mapa? Eu quero me perder em Dubrovnik! Quero conseguir me perder aqui. Sem malas, saio pela cidade. Eu estava em Dubrovnik. E estava num lugar que não existe. A sua existência é a medida da minha ausência na cidade. Então eu liguei para alguns amigos para que eles me vissem lá por uma webcam instalada ao lado da Torre do Relógio, na extremidade oposta ao portão que entrei.

Eu queria que todos eles estivessem lá. Não porque eu quisesse companhia, mas porque eles --e todo mundo de quem eu gosto-- também mereciam estar lá, sentir as pedras. Penso que Dubrovnik é o lugar ideal para morrer. É lá que eu quero ficar para sempre.

Ainda vivo e já tendo compartilhado um pouco de felicidade com os amigos por telefone, fui. E imaginava como seria morar ali, em meio a turistas, pedras e o mar exuberante. Como seria a rotina, acordar todos os dias, almoçar, trabalhar, dormir, se divertir, fazer sexo, estudar, ficar bêbado e ver o dia seguinte em Dubrovnik.

Fiz algumas dessas ações, a primeira delas, é claro, foi ficar bêbado. Sabia da existência de um bar localizado além das fronteiras da cidade, entre a muralha e o mar, sobre rochas. Achei-o por acaso, uma pequena entrada escura na parede e... uau!

No bar Buza tocava uma música que se chama de lounge e seria cafona em qualquer outra situação. Ali era incrível que simplesmente houvesse música. De frente para o bar, estava a ilha de Lokrum. Havia pequenos corrimões, como os de piscina, nas rochas que ajudavam os banhistas a regressar do mar. A visão do bar a partir do mar você não encontra em lugar nenhum. Especialmente ao entardecer. Foi meu pôr-do-sol diário em Dubrovnik.

Um pouco bêbado, tentava voltar ao hotel. Ou pelo menos chegar à Placa, para onde tudo converge, ainda que seja uma reta de uns 300 metros. Janelas verdes, pedras brancas, beges, cinzas, como de resto as roupas dos turistas --ainda vou descobrir por que os turistas europeus e norte-americanos usam cáqui em todas as peças de roupas; os asiáticos não poupam o preto pelo menos nos chapéus.

Andava sem pressa e sem rumo, seguindo sempre a direção contrária do que poderia ser um mínimo fluxo de pessoas, mesmo que fosse só uma. Não queria ir aonde alguém fosse, queria Dubrovnik só para mim. E consegui algumas vezes, como quando vi crianças brincando num "quadrado" sem saída ou quando encontrei uma velha louca com peruca loira pretensamente elegante a distribuir presunto a uma dezena de gatos sem que ninguém interferisse nem fotografasse porque não havia ninguém, só ela, sua loucura, os gatos, a vida e Dubrovnik. Eu, mais uma vez, não estava lá. Não havia como estar.

A irrealidade da cidade é opressora. Existe uma impossibilidade tão grande de Dubrovnik existir (pelas dezenas de ocupações e guerras desde o século 7° até a mais recente, a dos Bálcãs, que destruiu 2/3 da cidade e a deixou sitiada por um ano) que a minha própria existência era colocada em xeque constantemente. Eu não posso estar aqui. Assim como meu querido amigo não está mais aqui. Ou ele estava lá, como sempre, e talvez eu tenha ido encontrá-lo. Mas eu ainda não estava em Dubrovnik.

Acordava às 6h, antes de todos, menos das andorinhas, que são uma festa. Eu, que detesto passarinhos, lidava surpreendentemente bem com as andorinhas de Dubrovnik. Pela manhã, elas eram mais populosas que os seres humanos. Ainda estavam um tanto sonolentas, mas já demonstravam um entusiasmo invejável para enfrentar o dia que começava. Ao cair da tarde, por volta de umas 20h, as andorinhas ensinavam como se faz um quase literal happy hour. Elas estavam mais do que eufóricas, elas estavam alucinadas, todos os dias, como a se exibir sem pudores para homens, mulheres e crianças, esses bichos estranhos que não saem do chão. Mais um pouco de animação, e eu consideraria as andorinhas violentas.

É provável que elas estivessem tão enlouquecidas porque queriam nos prevenir para o porvir. O mundo vai virar de cabeça para baixo, pareciam dizer, preparem-se! Pois o céu, antes de a luz do sol sumir completamente, ficava azul da cor do mar, aquele azul-bic que se vê durante o dia. O contraste entre as cores claras e escuras por toda a parte devia ser um prato cheio para qualquer pintor.

Passeava pela cidade à noite, quando a grande maioria dos turistas já tinha ido embora (só há dois hotéis na Stari Grad, e eu fiquei em um deles; os turistas ficam em Lapad, fora das muralhas, ou os navios de cruzeiro os despejam lá durante o dia) e quando o chão da cidade é iluminado por postes fixados na parede. Precisava sentir alguma normalidade ali. Algo como me deparar com uma escola vizinha à muralha, do lado do mar, mas sem vê-lo, que me trouxe algumas memórias de infância, tendo eu estudado numa escola localizada num sítio histórico, sem muralhas e com vista para o mar. Almocei e jantei sempre em lugares diferentes para poder desgustar a cidade por todos os lados. Eu queria engolir Dubrovnik.

Mas, pela manhã, é possível ver Dubrovnik nua, sem gente, com janelas e portas fechadas. Ela estava lá, cáqui, impávida, imponentemente charmosa, me recebendo tão bem quanto eu imaginara e acordando devagar. Talvez aí eu estivesse um pouco em Dubrovnik, mas, ainda assim, faltava algo palpável que eu não sei explicar. Faltava o que sempre falta em um sonho.

Hoje eu percebo que Dubrovnik está em mim para sempre porque sinto o que não havia quando estava lá. Era a cidade se introjetando em mim, me seduzindo ferozmente a todo momento para além do meu cortejo constante e vulgar. Sucumbi com prazer a Dubrovnik e a seu feitiço de efeito retardado. Ela não é murada à toa.

Talvez --e sem diminuir o meu amor pela cidade-- a raiz desse sentimento esteja mesmo na muralha. Os grandes muros, seja o nefasto Der Mauer em Berlin, seja a Muralha da China vista da Lua, fascinam até hoje pela sua intransponibilidade. Diante dessa construção feita pela homem, desde os tempos mais remotos até 2008, é possível se sentir tão pequeno quanto diante de uma paisagem sublime.

Neo Zeitgeist





segunda-feira, julho 14, 2008

HRVATSKA

Croácia em fotos grandes e legendas decentes.

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RANDOM NEWS

Aí, num sei se você ficou sabendo, vários empresários e políticos foram presos no Brasil. Depois foram soltos. E depois presos. E depois soltos. Mais um pouco eles gozam de tanto entra-e-sai.

Bom, aí teve isso, que parece que é muito importante mesmo, coisa de muitos bilhões de dinheiros; todos os jornais, revistas, TVs e portais do país noticiam isso há dias. Eu acredito que seja um assunto realmente importante, se não isso não seria destacado assim, né?

Mas, quando um assunto é super-importante, sempre há os subassuntos derivados, que são os melhores. Por exemplo, uma notícia ótima diz isto: Suposto braço direito de Dantas se entrega à PF em São Paulo.

Já vejo o delegado: "Ah, meu querido! Quer dizer então que o suposto braço direito resolveu dar uma mãozinha pra nóis?". E o que é um suposto braço direito? Significa que ele pode ser também um suposto braço esquerdo? Ou que esse Dantas é um suposto maneta? hahahaha.

Há outro subassunto. Juízes pedem independência do judiciário . What?!? Agora eles vão sair por aí com nariz de palhaço a gritar JUSTIÇÁ! JUSTIÇÁ! Hahaha. Quer uma dica, meretíssimo? Pega esse juiz aqui que ele está em melhores condições que você.

Eu gosto demais de notícia pra não ser jornalista.

Neo Zeitgeist





domingo, julho 06, 2008

LIVRO COM CAIPIRINHA

A Flip é o momento do ano que autoriza os jornalistas brasileiros (e nem tão jornalistas assim) a pagarem o maior pau possível para escritores estrangeiros sem parecerem completamente babacas.

Só parcialmente babacas hahahaha.

Neo Zeitgeist





segunda-feira, junho 30, 2008

Fotos da
Croácia e mais

Neo Zeitgeist





terça-feira, abril 29, 2008

PIG OVER TROUBLED WATERS

Quem vai ser encontrado primeiro? O padre ou o porco?

E quem vir o porco do tio do Pink Floyd por aí pode mandar email para --sério!-- lostpig@coachella.com.

Superfantástico!

Neo Zeitgeist





domingo, abril 27, 2008

CANDY GALORE


When in doubt, take Madonna at face value, começa a resenha de Jon Pareles no NY Times de hoje, a melhor que li sobre "Hard Candy".

My sugar is raw.

Right?

Neo Zeitgeist





quarta-feira, abril 23, 2008

SACODE

E o terremoto? Teve gente que "quase morreu", que viu o prédio "ir para a direita e para a esquerda", que achou que "tinha voltado a ficar doente", que "teve enjôo", que viu "a cama andar" e por aí vai.

Pra mim, achei elegante São Paulo no modo vibratório.

Neo Zeitgeist





terça-feira, abril 22, 2008

NAS ALTURAS

A melhor notícia do dia: "Padre desaparece em vôo com balões de festa". Peraí, pelo amor de deus, peraí! Coméquié? Vamos analisar:

Praticante do balonismo caseiro, também conhecido como navegação em balões de festa (...), o padre iria divulgar a Pastoral Rodoviária, de apoio a caminhoneiros.

"Divulgar" qualquer coisa ligada a caminhoneiros a 5.500 metros de altura é tão adequado quanto anunciar fralda na Playboy. Ou seja, só por isso já leva o prêmio Idéia de Jerico 2008.

E "balonismo caseiro"? Como assim? Qual a altura do pé direito dessa casa? hahahaha. Conhecido como "navegação em balões de festa"? Conhecido onde? Em qual buffet infantil?!?

O padre levava barra de cereais e água no vôo.

Sei. Tipo a Gol?

O padre escreveu que seu primeiro contato com balões de gás hélio foi na adolescência, quando cursava a sétima série.

Uma coisa, gato, é você ficar com voz de Pato Donald. Outra bem diferente é dar uma de Mary Poppins.

Neo Zeitgeist





segunda-feira, abril 21, 2008



Oooopa! A Veja já decidiu, tá? Foram os dois, e beleza. Precisa julgar não, bobagem, bora pro linchamento público, que tá firmeza.

Eu espero que eles não sejam os assassinos. Não porque ache que eles sejam inocentes, obviamente estou cagando pra isso. Mas porque a imprensa seria, quase sem exceção, esculachada pela irresponsabilidade de condenar, função, não custa dizer, que não cabe a ela em hipótese nenhuma, muito menos condenar a priori. Talvez a imprensa queira "furar" a Justiça.

E condenar (ou inocentar, mas isso não é notícia) não é só chegar a esse ponto baixo que só a Veja consegue. É apurar mal, é tomar como fonte única o que diz a polícia (e o que a polícia decide dizer), é editar imagens que condenam por si, é editar textos de modo a satisfazer o "que o leitor quer" (adoro jornalista, uma espécie bem curiosa de paranormal que sempre *sabe* o que o outro quer).

Já foram publicados, aqui e ali, muito discretamente, indícios do "circo da mídia", uma espécie de tentativa de se distanciar de uma postura editorial tomada quase unanimamente (não sei se é unânime porque não leio todos os jornais, sites e revistas nem vejo muita TV) que é o de capitalizar, da maneira mais burra, uma morte trágica como essa.

Burra como foi a entrevista exibida no Fantástico ontem. Foram mais de 35 minutos de entrevista com esses dois. Se o Fantástico fosse um jornal impresso, essa entrevista ocuparia uns dois cadernos grandes inteiros, sem anúncios, um desporpósito.

Não houve nenhuma pergunta que prestasse, nenhum questionamento de fato, nenhum confronto, como o básico: Como você acha que a sua filha foi morta? Ou: O que você vai fazer para descobrir o assassino? Ou ainda: Quais atitudes vocês pretendem tomar caso se descubra que os assassinos não são vocês? Ou também: A decisão de dar essa entrevista e se mostrarem "carinhosos" e "religiosos" não é um ato de desespero?.

Nem pensar. O repórter queria que os dois chorassem. Nunca confio em lágrimas na TV. Isso é tudo menos jornalismo. É entretenimento da mais baixa categoria, porque usa dois coitados, pessimamente articulados, mal orientados e acusados de assassinato, a seu próprio favor, apenas para ganhar audiência, não para obter informações relevantes.

Ou você ficou sabendo de alguma novidade depois de TRINTA E CINCO MINUTOS de entrevista? Então essa entrevista, tão exclusiva quanto irrelevante, deveria ter, no máximo, uns cinco minutos, o que já seria longa. Mas por que fazer isso, né? Bora pro picadeiro. Só não vale publicar textos "chocados" com os "populares e curiosos" que querem linchar os dois, tá?

Uma coisa está diretamente relacionada a outra. Ainda mais num país pobre. Aliás, isso tudo é derivado da pobreza geral.

***

Por falar em pobreza geral, hoje a mãe da menina estava no show do padre Marcelo Rossi. Que luto gostoso... E vestida com aquela camiseta horrorosa com a foto da filha estampada. Além de pobre, há algo de podre aí.

Como disse a ex-atriz pornô Xuxa durante esse "evento": "A violência começa dentro de casa. Você começa com um beliscão, uma pancadinha, aí estrangula, mata e fica por isso mesmo". Adorei a evolução da coisa, principalmente porque ela já deu vários beliscões em rede nacional. Sorte da Sasha (e azar nosso) que ela ainda está viva, posso concluir. Ou não?

Chega desse assunto, vai.

Neo Zeitgeist





sábado, abril 12, 2008

Os maiores portais do Brasil estão cada dia mais vulgares. Tratam com prioridade assuntos pobres, como engavatemento de carros, ônibus que cai em ribanceira (quer coisa mais pobre do que ribanceira?), vaca atropelada, cobra encontrada não sei onde, jacaré que mata turista, a lista de bizarrices é extensa.

Sugiro que todos os portais passem a ter uma estação dedicada a isso, chamada Acidentes. No menu, haveria os botões Animais, Carros, Gente (para mortes espetaculares e "incríveis") e Natureza (terremotos, tsunamis, furacões etc.).

Pronto, eis um bom material pra conversa cretina em bares.

Neo Zeitgeist




BOBOS

Você acredita em resenha de disco publicada antes do seu lançamento? Vai chegar um dia em que alguma publicação vai se retratar e afirmar que o disco que fora comentado antes da hora continha material diverso da versão final.

E aí vai ser bonito.

Aliás, pra quê essa ejaculação precoce? Pra quê falar do disco do Portishead um mês antes de ele ser lançado _e sem ter certeza de que aquilo é o disco do Portishead? Pra mostrar que você está "por dentro"? Pra você dizer que o disco é "ótimo" antes de todo mundo? (Você já viu um disco que "vaza" _vazou? então limpa!_ ser ruim? Claro que não, é sempre ótimo!).

E quando o disco está efetivamente disponível, o que se faz? Ignora-se. Porque a novidade já é "velha". Parece um editor que queria publicar uma matéria sobre o aniversário de morte de Frank Sinatra duas semanas antes da data para "furar" a concorrência.

Espertos.

Neo Zeitgeist






Veja a imagem maior. É uma foto de dois assassinos ou de dois inocentes?

Veja como é simples dizer que eles são assassinos só com uma imagem "factual".

Aliás, não é de esperar outra coisa uma imprensa que vai na cola das versões policias sem questionar e ecoa os selvagens que pedem a morte dos dois. Um lugar onde há uma polícia deficiente e é povoado por miseráveis, a imprensa local é o retrato disso.

Mas poderia ser mais inteligente.

Neo Zeitgeist





sexta-feira, abril 11, 2008

Você acha que os crentes da Universal têm fé ou má-fé?

Neo Zeitgeist




ROBERTO, FOLIA & JESUS

Não se pode esperar muito de uma miss. Ainda mais de uma miss que namora o governador de Minas e fica com o KLB. Mas aí ela disse o seguinte depois do show do Roberto Carlos:

"Acho que o show do Roberto Carlos é tão emocionante quanto o Carnaval e a Paixão de Cristo".

Acho que qualquer comentário pode estragar a frase.

Neo Zeitgeist





quarta-feira, abril 09, 2008

UPDATE

Opa! Parece que o pai e a madrasta da Isabella não são mais os assassinos.

Saco.

Neo Zeitgeist




Angela Bismarck é tão linda, tão avançada, tão orientalizada, que vai botar um hímen novo feito pela Nasa. Não rompe nunca. Ao contrário, ganha forma do objeto que dele se aproximar, tipo aqueles travesseiros hahahaha.

***

Por falar nessa mulher (mulher por enquanto), dois amigos ótimos propuseram uma enquete: Se Angela Bismarck e o Juan Carlos Abadía, o maníaco da Hello Kitty, tivessem um filho (o cara tinha 300 cuecas! Quase uma por dia do ano! Não vai romper hímen da Nasa?), o que esse ser seria?

- Uma Hello Kitty. Com boca. No formato da bunda da mulher-melancia
- Um mini-traveco que já vem com gilete embaixo da língua
- Cocô de mágico
- Borracha com cheirinho no formato da Hello Kitty
- Dilma Rousseff de biquíni
- Um membro da Yakuza (mafioso "orientalizado")
- Um chicken McNuggets

***

Por falar em Abadía, e o bazar dele, hein? Sensacional. Teve biba que levou uma Bíblia em espanhol e um DVD do Pet Shop Boys. Ela disse que não sabia espanhol, mas que ia ler mesmo assim. Mas de baitolagem ela não ia precisar ter aula pra ver o DVD, né?

E tinha todos os objetos já produzidos em forma de Hello Kitty, que a mulher dele, Yéssica (é tudo muito bom), adorava. Deve ser a sucursal da Samrio mais noiada do mundo.

E as 300 cuecas --usadas!-- foram vendidas a R$ 1 cada uma. Nemfodeno. Se bem que deve estar tudo cheio de padê. Onde você acha que ele mocozava? ha!

Como disse meu amigo (aliás, aguarde novo blog dos três), o que vai ter de neguinho destruindo os objetos comprados pra achar cocaína dentro...

Neo Zeitgeist





terça-feira, abril 08, 2008

NO NEWS

Estava fora do país e observo dois assuntos predominantes em jornais, revistas, TVs e alguns sites.

Um é o da morte da menina Isabella em São Paulo. Parece-me bem evidente que os culpados são o pai e a madrasta porque a mídia e a ótima polícia querem e porque, é claro, é mais legal. Se não forem, a imprensa vai ter um trabalho danado para negar o que vem publicando sem provas.

Não é preciso que se diga que ele e ela mataram a menina, assim, textualmente. Perderia um pouco do charme de acusar sem provas. O gostoso é publicar fotos deles como se eles fossem de fato assassinos, com sombras. O gostoso é sempre dizer que a menina foi morta no "apartamento do pai", que foram encontradas machas de sangue no "apartamento do pai", que a relação do pai com a mulher "é marcada por ciúmes" (e ciúme acaba em morte, certo?), o gostoso é mostrar "a dor da mãe, a que mais sente".

Não foi publicado nem dito, pra minha decepção, que o pai era "muito fechado e que não falava com os vizinhos". Daria um bom casal de assassinos, não? Um pai problemático e uma madrasta, que não precisa ser nada além de madrasta para ser assassina, é o tipo de casal que mata dia sim, dia não. É um nível de drama ficcional bastante raso, mas é disso que o povo gosta.

Enfim, tomara que os pais não sejam esses monstros, porque é sempre bom a imprensa transformar um personagem que não apareceu até agora em monstro maior ainda e mais rápido ainda. As chances de saírem mais cagadas são maiores, o que é divertido.

Uma obs: está na hora de algum estilista, assim, mais consciente, tipo Ronaldo Fraga, fazer uma coleção com camisetas com fotos péssimas de crianças. É bem esquisito --e me parece um fenômeno latino-- usar camiseta do seu filho morto para aparecer e comover, nessa ordem. Alguém usa essas camisetas depois da missa de sétimo dia? Quem manda confeccionar dezenas de camisetas assim menos de uma semana depois de uma morte brutal? Podia virar tendência. Modelito João Hélio seria vintage, por exemplo.

***

O outro assunto --ou não-assunto-- que ocupa muitas páginas de jornal, mas não provoca nenhum efeito fora da esfera governamental é a tal suposta denúncia do suposto dossiê dos supostos gastos do suposto governo FHC. Bacana.

Para a imprensa brasileira, o Brasil, o mundo e o universo têm a gestão FHC como paradigma de sucesso, riqueza, boa governança, bom gosto e elegância.

O governo Lula, na metade do seu segundo mandato, também considera o governo FHC um ponto de inflexão na história do país e precisa apagar essa mancha de qualquer forma. Então ele prepara um dossiê (ou um suposto dossiê, ou um banco de dados, ou um suposto banco de dados. Chega!) para tentar chantagear a oposição na questão do mau uso dos cartões corporativos ("nós usamos mal, mas esse mau uso não começou hoje").

Então surge a "denúncia" de que o governo teria esse dossiê para tentar chantagear a oposição. O conteúdo desse dossiê não importa. O que importa é que --meus deus! Quel horreur!-- esse governo de gente pobre tenta, *cof,cof*, nos chantagear com gastos da imaculada dona Ruth. E isso precisa ser investigado, a qualquer custo.

Não, já disse que não importa o que há nesse relatório (dossiê, banco de dados. Chega!), o que importa é o que as mentes criminosas que comandam o país fariam se nós, a imprensa (veja bem!), não as tivéssemos denunciado.

Viu só como é legal ter uma imprensa assim? Estamos salvos! Basta ver a edição da Folha no dia seguinte do pronunciamento da ministra-gata Dilma Rousseff. *Todas* as seis fotos em uma mesma página tentavam mostrá-la em posições constrangedoras. Então, você, leitor esperto, pensa: se um jornal tucano edita e publica essas fotos, é porque existem interesses tão ótimos que fazem com que o próprio jornal escorregue na própria sede de punição e caia, ele mesmo, em descrédito absoluto.

Ou seja, voltei ao Brasil, e parece que nada está acontecendo. O Brasil está se transformando num enorme Portugal.

Neo Zeitgeist





domingo, abril 06, 2008

DEPILADO E TRANSPARENTE

É sempre legal zoar o Richarlyson. Primeiro porque ele tem esse nome. Segundo porque ele acha que fazer a sobrancelha é "higiênico" (sério).

PERGUNTA - Vai a salão de beleza?
RICHARLYSON - A salão vou pouco. Faço cabelo com o Giba, aqui no CT [da Barra Funda]. Não faço sobrancelha, tiro só o excesso. A maioria faz aqui no Giba. Gente, isso é até engraçado. Isso não é vaidade, isso é higiênico, já pensou ir num restaurante com as unhas sujas e mal cortadas? É a mesma coisa que ir a um restaurante de camiseta regata, com os pêlos à mostra, suando.


Chofalar uma coisinha pra vc, gato: tirar a sobrancelha = tirar o excesso, ok? E outra: quem fala "gente" no começo de frase? Só quem tira a sobrancelha, oras!

A pergunta que o cara tinha que ter feito é: e se o cara em questão estiver depilado (quer dizer, sem o "excesso") e sem suar? É higiênico ou é tesudo?

Mas tudo bem, Richarlyson (me parece de origem sueca, não?), vou dar uma chance, mesmo depois de você admitir que gosta de Emilio Santiago --Emilio Santiago, é foda, hein? Emílio Santiago! Estou estupefacto hahahaha! E ele ainda disse que gosta de cantar "Saigon" numa entrevista que maldosamente foi intitulada de "Meu jeito de ser incomoda muito", diz Richarlyson, título adequado, convenhamos, a uma entrevista com Ney Matogrosso em 1973.

Mas vou dar uma chance a você assim mesmo porque eu quero que você se saia bem na fita:

PERGUNTA - Acredita que se daria bem no palco, pois gosta de aparecer?
RICHARLYSON - Não é que eu goste de aparecer. Talvez apareça pela minha transparência.


Oi? Agora você é de vidro? De Murano, claro, porque é mais "higiênico"...

Neo Zeitgeist





sexta-feira, abril 04, 2008

BUATSI

Obviamente eu não tenho saudades de boate. Mesmo se a boate se chamar de clube. Principalmente se esse clube me aceitar como sócio (carteirinha nº 011).

Ocorre que eu vi uma série de depoimentos, todos um pouco emotivos demais, sobre o tal clube, que se chama Lov.e e vai fechar depois de dez anos --surgiu como Lov.e Club & Lounge, porque tinha pufes.... Esse ".e" é uma das coisas mais passé ever, mas, por isso mesmo, é algo divertido e simbólico da neo-cafonice paulistana.

Então resolvi contar uma ou duas coisas.

Até o "advento do Vegas", o Lov.e tinha sido o lugar aonde eu mais havia ido em SP. E as idas começaram em 98. Com drum'n'bass, veja só. Durante meses, ia todas as quintas com meu amigo. Todas. Era um som fresco (apesar do calor e do fedor da pista), tinha a ver com o momento, era agressivo e delgado na medida.

Fiquei muito bêbado, muito louco e, poucas vezes, muito sóbrio nesses e em outros dias. O som que saía das caixas, definitivamente, foi o melhor que já ouvi na cidade. Era bom ficar no meio da pista, o corpo se movia direitinho, impulsionado pelos graves e pelas luzes na pista, nunca muito escura, nunca muito clara, nunca muito feérica, mas sempre "moving".

A máquina de tirar foto grátis que ficava na entrada do banheiro era "a maior legal" e não durou muito.

Aí teve um momento, um só, que não se repetiu nunca mais em lugar nenhum do mundo. Num dado dia, estava eu em outra balada e decidi, sozinho, ir ao Lov.e porque eu queria dançar um pouco (aliás, esse era um dos principais motivos para ir até lá).

Cheguei às 5h e pouco, deixei o carro no manobrista, abri a porta do Lov.e, e "Blue Monday", do New Order, começou a tocar num remix ótimo. Como não houvesse ninguém na minha frente, continuei meu passo até a pista e dancei como se deve. Quando a música acabou, uns dez minutos depois, segui o caminho de volta e fui embora. O meu carro ainda estava à espera do manobrista. Entrei e fui pra casa. Era esse momento resoluto e mágico que eu precisava naquele instante --e foi espetacular.

O DJ que fez isso pra mim sem saber foi The Hacker, soube depois.

Pronto, acabou, tchau, que venham novas boates, novos clubes, porque os que existem hoje em SP são muito esquemáticos.

Neo Zeitgeist






Ozzy Osbourne não está a cara da Suzana Vieira?

Neo Zeitgeist




AH, TÁ

E o excelente cantor e versátil ator Toni Garrido manda avisar à imprensa que "está de saída" da banda Cidade Negra, mas "não está disponível para entrevistas". Obrigado por nos lembrar que você e essa banda ainda existem, gentil de sua parte.

Será que vai ter alguma entrevista "exclusiva" na qual ele vai "abrir o jogo"?

Faz isso com a gente não.

Neo Zeitgeist





quinta-feira, abril 03, 2008

ATENCIÓN!

Chico César começa hoje maratona de shows na Argentina.

Bora voltar o "cacerolazo" porque isso é mais grave do que locaute de produtores rurais!

Neo Zeitgeist




WET TRAFFIC

Viu que foi só chover que o trânsito de SP bateu novo recorde? Tá usando o maiô da Speedo!

Neo Zeitgeist





terça-feira, abril 01, 2008

JÁ VISTO

Miamarro em notícias de ciências:

Descoberto o menor buraco negro já visto

1) Isso porque esses cientistas nunca foram à Loca.

2) Já visto. Os não vistos pertecem a outra categoria, né?

Neo Zeitgeist




O ETERNO RETORNO


Parece que vão ter de providenciar entrega de senha, porque tem muita gente voltando --e voltando ao mesmo tempo. Não vai caber, cara!

Se não, vejamos:

- Diz que o trip hop "voltou". Muito bom! Até porque foram citados Moloko, Morcheeba e Supreme Beings of Leisure, todos tão aleijados nos anos 90, que o último tocou até no Blen Blen, que deus o tenha. Mas, enfim, se você acha que o trip hop "voltou", boa sorte, beijo.

- Diz que o electro voltou também. Xi, agora não me lembro se ele voltou ou se ele morreu... Mas eu acho que ele "está de volta" também, pode procurar direito.

- Diz que a psicodelia voltou. (Tenho que confessar que eu gosto muito mais de site indie brasileiro do que de site indie americano porque aqui eles são seriões. Não dá pra copiar e ainda ser engraçadão, como Pitchfork, Stereogum etc.).
E digo mais: diz que a psicodelia voltou e foi a maior viagem hahahahaha.

- Não vou nem falar no stress que foi 2007, com Rage Against the Machine, Jesus & Mary Chain, Police, Happy Mondays, tudo "voltando". Vamo fazer uma fila direitinho?

- Bom, parece que o Beto Barbosa voltou também.

Adocica.

Neo Zeitgeist





quarta-feira, março 26, 2008

O PIAUÍ ESTÁ EM CHAMAS

O melhor do Big Brother não passou na TV. Está hoje nos sites do Piauí!

Por exemplo, o meionorte.com.br, o site que traz "notícias do Piauí, Brasília, Ceará, Maranhão, Brasil e do Mundo". BRASIL E DO MUNDO! hahaha.

Pois bem, essa publicação, noticia o seguinte (berenice, segura):

** "Globo deu tempo a mais para Rafinha se recuperar", denuncia prima de Gyselle Soares

Denúncia! hahahaha

O tio de Gyselle, Francisco Soares, acha que houve erro de estratégia no final, ao invés da multidão estar no clube deveria seguir com a votação.

Pararam antes! hahahahaha. É que as mensagems do Piauí demoram mais pra chegar ao Rio. Diz que ainda tinha um monte de voto em Minas Gerais quando a votação foi encerrada hahahaha.

** Mr Manson, do cocadaboa, debocha de Gyselle no BBB

Linha fina: Para ele a consagração da piauiense no reality show da globo seria nossa chance

CHANCE DE QUE? hahahahahahahaha. Eles acham que essa Gyselle ia gastar o R$ 1 milhão só no Piauí? hahahaha. Que ia gastar metade do PIB do Estado em THE? Sabe o que é THE? É como eles chamam Teresina! THE é Teresina em inglês hahahaha.

** Gy, pra gente você é a grande campeã do BBB

Essa é a manchete (só um pouquinho editorializada) da seção de Entretenimento do site, cuja linha fina é: R$ 1 Milhão escapou, mas piauiense chegou à final representando com honradez o Piauí no BBB. Escapou e honradez!

Aí a primeira notícia relacionada: Bebê que nasceu no terceiro paredão da piauiense Gyselle está no Cacique de Ramos

Eu estou passando maaaaaaaaal! A final do BBB foi um Réveillon no Piauí! Tipo, o primeiro bebê do ano!

** Aí vem a denúncia total, o desabafo, o que está preso na garganta de todo piauiense hoje:

TV Globo rompe normas do "BBB" para não dar R$ 1 milhão para a "como e dorme" Giselle

O texto acaba assim: A Gyselle mostrou que [o game] não [é "verdadeiro"] e expôs as fraturas do sistema. Por isso a TV Globo "roubou" o resultado pró-Rafinha, o homem cordial. Sensacional!!!!

***E eis que a moça está em processo de virar mártir e depois da "carreira de cantora na França", vai acabar fazendo milagre no Piauí:

Assembléia aprova voto de louvor à Gyselle

Hahahaha! Alguém avisa que esse voto não conta? Mas o português é excelente!

** E tem mais, porque eles vão ATÉ O FIM:

Assembléia quer investigação na final do BBB

Morri, tchau!

Neo Zeitgeist





domingo, março 23, 2008

MÚSICA PARA AS MASSAS

Nunca havia gargalhado ao ler nada do caderno Mais! da Folha. Hoje rolou, e o humor não era involuntário. Da coluna de Jorge Coli, que compilou algumas "pérolas" tiradas (ou não) literalmente de vestibulares pra música:

** A importância de Tristão e Isolda reside no fato de que é uma música muito triste. Mais triste que a Tristesse, de Schopping

Gentê! hahahahaha. Muito bom, mas a tristeza maior é o nome do compositor da canção "menos triste": Schopping. Não, não aquele que tem estacionamento. Chopin! Sim, do prédio da Narcisa.

** Os maiores compositores do Romantismo são Chopin, Schubert e Tchaikovsky. No Brasil, temos Roberto Carlos e Daniel

Sen-sa-cio-nal! Incluiria o Wando, só para manter o paralelismo de citar três de cada "país".

** Virtuoso no piano é um músico com muita moral

Porra, brother! O cara manda muuuuito, na moral.

** Carmen é uma ópera e Carminha Burana é sua filha

Ô, familinha desgraçada.

** Os compositores renascentistas reviveram a música, pois ela havia sido morta pela Inquisição

Foi. Levaram a música pro pronto-socorro enquanto a polícia procurava a safada da Inquisição. Aí os médicos renascentistas (especializados nisso mesmo), que já tinham visto horas de "ER", foram maravilhosos, e hoje você ouve Calcinha Preta graças a eles. Que deviam se chamar Heróis.

** As Fugas de Bach são famosas porque ele não queria ficar preso em nenhum sistema

Nem Bach, nem as galinhas, cuja fuga passou até no cinema.

** A música eletroacústica é a mais avançada das tendências da música eletrônica hoje em dia. Seus principais compositores são os DJs e a banda Craftwork

Tipo... Oi?

** Chopin fez poucas baladas, pois sofria de tuberculose. Assim não dava para ele cair na gandaia à noite, dançar, beber e curtir as minas, mais parece que ele não era chegado

Mal sabe ele que no edifício que leva o seu nome rolam altas.

** Bach está morto desde 1750 até os dias de hoje

Initerruptamente!

** Mozart morreu jovem. Sua maior obra é a trilha do filme Amadeus

Parece que ele morreu tão jovem, mas tão jovem, que ele não chegou nem a ver o filme pronto. Uma tristeza (menor do que a de Schopping, claro).

** Muitos pesquisadores concordam que a música medieval foi escrita no passado

Foram semanas de debates intensos entre a comunidade acadêmcia, mas, no fim, não teve nenhum que discordou. Saíram até pra comemorar depois.

** Cage inventou os quatro minutos de silêncio

Foi mesmo. Diz que rola até direito autoral. Então o pessoal, que não é bobo nem nada, faz direto só um minuto de silêncio. Porque é grátis.

** Os menestréis e trovadores transmitiam notícias e estavam nas festas. Andavam de cidade em cidade, de castelo em castelo e iam até nos shows de TV.

Faltou dizer que era tudo permuta hahahahaha.

** A ópera mais romântica é a Paixão de Mateus por Bach

Praticamente um Brokeback Mountain.

** Há uma espécie de Corais feitos por Bach, que se chamam Florais e são usados como remédios milagrosos

Parei.

Neo Zeitgeist




- Ah, sabe, é que eu sou um músico underground.
- Não sabia que você tocava no metrô.

Neo Zeitgeist





quarta-feira, março 19, 2008

FUCK POLITELY

Outro dia eu estava na Internet (no names) e vi que havia uma senhora que prestava esclarecimentos ao público sobre "boas maneiras na cama". Como me pareceu um tema bastante paradoxal ("com licença, posso meter?"), enviei algumas perguntas, que, infelizmente, não foram respondidas.

Mas deixo-as aqui caso algum leitor tenha uma resposta. Observe que o tom era de um internauta genuinamente educado e curioso hahahaha:

** Peido é natural, em algumas culturas até é sinal de elogio. Mas, às vezes, um peido durante a transa pode não soar (nem cheirar! hehehe) bem. O que deve ser feito quando alguém peida na cama? A gente pede desculpa ou goza antes?

** Estou com a minha namorada na cama e gostaria de ser elegante. Devo meter pela direita ou pela esquerda, como os franceses tradicionais?

** Tenho claustrofobia e só consigo transar em lugares amplos, como um bom loft. Como explicar para minha parceira que sofro desse tipo de síndrome sem que ela ache que eu sou esnobe?

** De uns tempos para cá, meus pêlos pubianos começaram a ficar grisalhos. Vc acha que eu devo assumi-los diante da minha parceira ou devo tingi-los?

** Adoro quando minha mulher engole. É de bom-tom que ela me devolva isso durante o beijo?

Acho que isso pode ajudar muita gente. Obrigado, Brasil!

Neo Zeitgeist





terça-feira, março 18, 2008

O FETICHE DO TRÂNSITO

Há uns 30 anos, o trânisto em SP é tema de indignação, revolta, stress. Ou seja, ninguém se acostumou ainda. Ou melhor, reclamar da dificuldade de circulação de véculos na cidade é um fetiche social. Engraçado que quem reclama tem carro e ajuda a aumentar o trânsito na cidade (obviamente que SP não oferece muitas alternativas a quem não tem carro, além de ser mal administrada há décadas, cujos prefeitos construíram "Minhocão", "Cebolão" e outras aberrações para "melhorar" o trânsito --a mais nova bizarrice é uma ponte monstruosa que liga o Morumbi à Cidade Jardim, que alguns idiotas chamam de "novo cartão-postal"-- etc. etc. blablablá).

Basta uma chuva no fim da tarde para que "o motorista encontre dificuldades". E tome prazer sádico ao acompanhar a evolução de gráficos que mostram as centenas de quilômetros de engarrafamentos. O prazer está também em compartilhar com "os amigos numa mesa de bar" o tempo "absurdo" que se levou para ir de um lugar a outro.

Agora descobriram que existe até engarrafamento nas garagens de edifícios.

A conversa geralmente acaba em "Onde isso vai parar?", sendo que parado já está, não é por nada não.

Outro dia estava ouvindo uma rádio que cobre exclusivamente o trânsito em SP --veja o grau de sofisticação desse fetiche-- "a rádio que cobre o trânsito da cidade mais engarrafada da América Latina", disse o locutor, orgulhosíssimo. É muito bom, porque é uma rádio sobre o nada, a não ser que você seja taxista ou um sádico para gozar ao saber que tais e tais corredores estão parados --ou desconfiar quando ouve que determinado trecho da Marginal está livre ("e, quando eu digo livre, é livre meeeeeesmo", como ouvi) às 20h de uma sexta.

Enfim, é curioso que haja surpresa e indignação vazia em relação a isso. Uma cidade com uns 12 milhões de habitantes que não investe nem investiu em metrô e outros transportes públicos deveria ter um trânsito fluido? Jura mesmo? É assim e não vai mudar tão cedo, não precisa ficar nervosinho nem exigir "respeitô". Lide com isso e pronto, normal.

Mas eu acho que há um sentimento de orgulho, no fundo. O trânsito em SP é um sinal de progresso, de caos urbano, de "loucura da metrópole". Du-vi-do que, se os engarrafamentos monumentais deixassem de existir, SP se orgulharia dessa ausência de trânsito. É legal ter um motivo "externo" para se estressar --e um motivo que se sabe inexorável. É quase como xingar o time adversário em futebol. É saudável!

Por isso a "delícia" que São Paulo é durante os feriados, "sem trânsito nenhum".

E te digo mais uma coisa: sabe o que esse trânsito todo em SP provoca nas outras cidades do Brasil? Inveja. Em Brasília, cidade com trânsito sonolento, se diz que "o trânsito está uma loucura", como sinal orgulhoso de que a cidade "evoluiu" e agora, sim, é uma cidade de verdade, e não mais um fim de mundo no meio do cerrado.

Enquanto isso, acompanha-se com a curiosidade de um voyeur, pelo rádio ou Internet, as "dificuldades" do motorista, esse sujeito indeterminado, e planeja-se o trajeto --ou uma desculpa para se atrasar-- de acordo com esse fetiche.

Neo Zeitgeist




LEITOR APRESSADO

Quando eu li na Folha que o jornal passaria a publicar uma nova seção chamada Folha Corrida, imediatamente pensei se tratar de assuntos relacionados a esse tipo de exercício físico. Nem deu tempo de pensar que poderia ser um investimento do jornal na área policial, ainda que o trocadilho soasse bastante infeliz. Li imediatamente que se tratava de uma seção direcionada ao "leitor apressado" (estaria a Folha investindo nos correrias?).

"Leitor apressado" é uma figura que existe só porque a Folha quer. Quem tem pressa não lê --mesmo os "sossegados" lêem cada vez menos, vide a circulação dos jornais.

Então esse sujeito "apressado", diz o jornal, pode ficar por dentro do que acontece no mundo em "cinco minutos" ao ler essa seção, uma página inteira. Isso não deveria ser a função da primeira página? A Folha Corrida (é muito bom esse nome, vai) ocupa a contracapa do caderno Cotidiano.

O "leitor apressado" tem de abrir o jornal, procurar o caderno Cotidiano e ler sua contracapa. Tomara que ele não tenha tanta pressa assim...

O curioso é que a Folha, que tem um dos piores sites de sua versão impressa entre os grandes jornais do mundo, imprime em papel o que que poderia ser publicado em uma tela, cujas chamadas poderiam apontar para as páginas com as notícias em si. Parece uma homepage impressa. Parece também conteúdo ideal para essas telas instaladas em elevadores e táxis que exibem as "últimas notícias".

Mas no site, a página fica assim, o que não faz nenhum sentido.

Ou seja, a idéia não é má, só é executada na "mídia" errada.

Neo Zeitgeist





quinta-feira, março 06, 2008

"Show de bola" é o "arrasa!" hétero.

Neo Zeitgeist




STONES E DYLAN NO MESMO DIA

Pela manhã, show dos Rolling Stones. À noite, show de Bob Dylan. Como bem disse meu grande amigo que me acompanhou nesses eventos, "hoje foi um dia feliz".

Sobre os Stones, o balé de Mick Jagger é captado de modo inédito em "Shine a Light" (China Light?), de Martin Scorsese. A dança do líder sexy da banda que faz o blues mais sexy que existe é tão enérgica quanto bela. E eficiente. Aquele cara magro transborda para dentro de quem o olha. Isso inclui seus colegas de banda, o público do Beacon Theatre e você.

Scorsese faz com que você seja Mick Jagger, que você esteja no palco com Keith Richards, que você possa perceber como é ser o maior e mais longevo rock star do mundo.

E os olhares. Os olhares! A câmera se move na altura dos olhos dos caras (Scorsese style), não de cima para baixo, como são as captações regulares de shows. E ali se dá uma comunicação fodida entre todos. Cada olhar diz tudo que precisa ser dito. Depois de mais de 40 anos juntos, os Stones se comunicam cada vez mais com cada vez menos recursos.

E então, Dylan. Gostaria de ter visto Dylan e sua ótima banda num bar de beira de estrada no Kentucky enquanto tomava cerveja com um amigo --o mesmo que viu esses shows ontem não seria mau, hein?. Acho que prefiro ouvir a música no lugar onde ela faz sentido, ou, nesse caso específico, no lugar de onde ela brotou, na América Profunda, banhada de conservadorismo, religião e desolação. Dylan subverte isso ao pertencê-lo.

Que voz, não? Uma voz poderosa que diz poucas palavras inteligíveis, mas que reverbera uma trajetória singular, uma voz que emite o palimpsesto da história do rock que viveu e cantou. Em cada nota (nota?) ecoa uma respeitabilidade fodida (ainda que isso não seja sinônimo de reverência), que só esse sujeito tem, porque, como Campari, só ele é assim. É quase palpável essa voz. Não se fica imune a isso, há que se perceber que existe uma força incomum.

Então, eu puxei o coro de "Judas! Judas! Judas!" enquanto todos gritavam "Dylan!". Primeiro e principalmente porque foi divertidíssimo, segundo porque isso é a subversão da reverência sacra devotada a ele por meio de um expediente caretíssimo, usado justamente porque Dylan havia sido subversivo.

Mas também gritei "Suplicy! Suplicy! Suplicy!", que até agora deve estar procurando a resposta que o vento levou pra longe.

Neo Zeitgeist





segunda-feira, março 03, 2008

Notícia:

Record tenta tirar Fábio Assunção da Globo

E vai oferecer o quê? Uma carreira brilhante? hahahaha

Neo Zeitgeist




SEMENTE DE MOSTARDA

Após perder seu filho, uma mãe procura Buda na esperança de que seu filho volte com vida e de que sua dor seja aplacada. Buda lhe diz que a cura está na semente de mostarda encontrada no jardim de uma casa. Mas não de uma casa qualquer. Nela não podem ter havido mortes de ninguém que more nela nem dos seus parentes; enfim, a mãe teria de encontrar uma semente de mostarda em um jardim de uma casa livre de dores. Ela sai em busca da semente em tal casa. A procura foi grande, mas infrutífera. A mãe não encontrou nenhuma casa onde não tivessem havido mortes e dores. Eis o ensinamento: a compreensão de que o sofrimento dela não era único e o consolo que as dores alheias podem lhe dar.

A diretora Fernanda Scalzo fez sua busca particular em jardins de casas cujas dores são tão pungentes quanto as dela no documentário "Semente de Mostarda", recém-finalizado. E ela não vai sozinha nessa jornada.

Sete mães desconhecidas entre si compartilham suas experiências de terem seus filhos mortos, numa espécie de ciranda em que uma entrevista a outra, que entrevista uma terceira, e assim por diante. Não há pais, irmãos ou parentes no filme, apenas mães e algumas imagens das crianças.

A causa das mortes desses filhos são tão variadas quanto a idade deles: assassinato, doença congênita, desaparecimento, meningite fulminante, acidente de moto, leucemia e bebê natimorto. O tempo de perda varia de pouco menos de dois anos a mais de 20 anos, o que faz com que as reações dessas mães sejam distintas entre si.

O tema é duro, duríssimo, e é tratado com elegância e sobriedade notáveis, sem que a obviedade da busca pela lágrima gratuita (ainda que nenhuma das derramadas no documentário possa ser classificada assim) seja determinante. O que importa aqui é a expurgação da alma.

E o fime é tocante não só pelos casos relatados, mas, principalmente, pela maneira como ele é conduzido. É muito fácil emocionar o espectador com depoimentos de mães que perderam seus filhos. Difícil é fazer disso algo libertador tanto para as próprias mães quanto para quem lhes assiste. "Semente de Mostarda" cumpre esse papel, tal a lenda de Buda, e em escala maior.

Ao fazer com que uma mãe entreviste a outra, Fernanda obtém um diálogo profundo com a experiência da perda, algo impossível numa conversa entre um documentarista "isento" (ou um jornalista, profissão da diretora) e alguém que hoje não tem mais o seu filho por perto. As dores se complementam e se diluem no decorrer do filme e se tornam um grande oceano difícil de navegar, onde elas mesmas ditam a rota da serenidade, já que, como diz uma delas, "ninguém perguntou se eu queria passar por isso, simplesmente tive que lidar".

Há uma cumplicidade tão espantosa entre elas que é preciso repetir que essas mães não se conheciam até a filmagem desse documentário. E é aí que reside a força de perguntas como "como foi quando você soube?", porque quem questiona não o faz por nenhum outro interesse que não seja o de simplesmente ouvir, já que ela própria também tem a sua resposta.

A diretora começa a ciranda de entrevistas. E ela é a última entrevistada, que narra sua experiência com a morte de Matias aos 4 anos, há 15 anos.

"Semente de Mostarda", o primeiro documentário de Fernanda, é um filme corajoso por expor talvez a maior dor que uma mulher possa sentir, ainda que "não seja uma questão de escala de dor", como diz uma mãe. E por expor com delicadeza e "emoção objetiva" a própria condição da diretora.

Com isso, o filme oferece a cura possível para uma dor tão infinita quanto a vida, um poder que só as mães têm.

Neo Zeitgeist





sábado, março 01, 2008

MINIDYKES

Eu sei que as crainças estão cada vez mais adultas, que são independentes, que fazem shows, lançam discos e fazem programas na TV com desenvoltura.

Até as mais erotizadas estão cada vez mais seguras de si.

Mas a notícia de que uma menina de 5 anos morreu depois de comer uma bolacha deixou toda a comunidade lésbica preocupadíssima.

Não há informações se a bolacha em questão usava pochete durante o ato.

Neo Zeitgeist




O final de abril reserva dois lançamentos que devem causar algum barulho. O disco de Madonna, por motivos óbvios, sempre chama a atenção, ainda que eu não tenha grandes expectativas em relação a esse "Hard Candy", último disco lançado dela pela Warner, porque raríssimos álbuns lançados sob imposição de contratos são relevantes; tudo cheira a ocaso.

Já o terceiro álbum de Jamie Lidell, dia 28, pela Warp, pode ser mais estimulante. Não só pelo excelente segundo disco, de 2005, como por isto.

Neo Zeitgeist




Remistura caminha para a 30ª edição.

Conhece não? Clica e ouve.

Neo Zeitgeist





quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Já falei aqui sobre essa gente que fala no cinema, e essa é uma pauta tão "mesa-de-bar" que é ideal para o programa da Regina Casé --se ela gravasse em lugares onde existem cinemas.

Acredito que quem paga um ingresso de cinema é rico o suficiente para ser o mais selvagem possível, e isso é um processo sem volta no Brasil.

Então eu faço um pedido, quase uma exigência: vamos elevar o nível dos comentários? Sim, porque me atrapalhando você já está, então ao menos me faça refletir.

Frases como "ele vai matar ele", "ele voltou", "ela parece com aquela minha tia", "o filho ficou surdo, olha", "ô, meu deus..."(ao ver um bebê/criança/animal) e variações (infelizmente infinitas) desses temas passam a ser consideradas... cafonas. Vamos chamar de cafonas para que os ricos pelo menos se sensibilizem.

Em vez dessas burrices --porque invariavelmente *todos* os comentários feitos dentro de uma sala de cinema são estúpidos; to-dos--, você pode falar "a luz dessa cena se parece com a luz do Coppola", "nossa, a trilha incidental é muito boa", "esse filme é óbvio demais" (atenção para essa última, que pode parecer estúpida, mas denota um senso crítico acima da média), "que roteiro engenhoso!" ou simplesmente "uau!".

Assim é possível até que você faça amizade comigo, caso eu esteja ao seu lado.

Neo Zeitgeist




Fidel Castro é bem gênio. Ele fodeu todos os meios de comunicação do mundo, que esperavam prontinhos a morte dele com biografia, fotos da "trajetória", repercussão, análises, artigos, o escambau. Agora, quando ele morrer, todo mundo vai usar o mesmo material tudo de novo hahahaha.

Rrênio!

E eu gosto também que Fidel é autoritário até quando diz que não manda mais em nada:
Comunico que não aspirarei nem aceitarei -repito- não aspirarei nem aceitarei o posto de presidente do Conselho de Estado e comandante-em-chefe das Forças Armadas.

Entenderam? Então obedeçam! hahahahaha.

Neo Zeitgeist





sábado, fevereiro 16, 2008

É difícil ser mais velho e detraquê do que ao dizer que um filme é uma "fraude". Outro dia eu li um texto sobre um determinado filme brasileiro em que a autora dizia que se tratava disso, de uma fraude.

É o tipo da crítica que era feita --e provocava sensação-- nos anos 80, época, aliás, em que se passa o tal filme. Nos anos 90, esse tipo de abordagem em relação a filmes ou discos ainda se manteve, mas com impacto diluído.

Hoje, quase nos anos 10 do século 21, soa bobo. Por várias razões, a principal é que nenhum texto análítico sobre um produto cultural ou manifestação artística tem o mesmo impacto de 10, 20 anos atrás, pelo fato de hoje haver uma disseminação brutal dos meios de comunicação, de modo que não há mais veículos de referência, tampouco críticos e jornalistas que funcionam como guias, como vozes a serem ouvidas.

Se eu ou você podemos publicar o que quer que seja, os jornalistas mais talentosos perdem com isso, e a luz do seu farol de idéias se torna mais e mais fraca.

Desse modo, uma crítica que parte para "acusações" contra um filme, um disco ou um livro é, antes, uma maneira de se sobressair do mar de textos a que estamos imersos. Claro que aparece, mas a um custo, ao meu ver, desvantajoso, porque provoca um debate estéril, de amor ou ódio, em vez de reflexão.

É difícil também que uma crítica que "denuncie" um filme (o diretor, pelo texto, quase merece ser preso ou submetido ao escárnio geral pelo "crime") não seja vítima, ela mesma, de clichês e chavões, justamente as "provas" de acusação.

Enfim, a crítica cultural que se pratica no Brasil é bastante desimportante. Quase uma piada. Quase sem exceções, seja pela influência que exerce, seja pelo talento dos que escrevem.

Por isso e por muito mais, fico feliz de não mais fazer parte desse universo, em que meu desempenho não foi sem sequer igualado, seja pela influência, seja pelo talento dos que escrevem. Um dia eu ia dizer isso, ainda que possa estar enganado.

Neo Zeitgeist





domingo, fevereiro 10, 2008

Sem aviso prévio, diversos amigos próximos se reproduziram ou estão à espera de um herdeiro. No último ano e meio e por mais ano e meio, creio, acontece um baby boom particular.

Como não faço parte dos novos pais e como os amigos em questão são bem próximos, isso provoca algumas mudanças em mim e na minha relação com eles e com o mundo.

O fato de eu passar a ter novos amigos, na forma de amigos antigos, é a mais evidente. Os hábitos, especialmente neste início de vida, mudam radicalmente. A saber, passam a ser diurnos e caseiros por motivos óbvios. Pelos mesmos motivos, eles se tornam mais ausentes (do meu ponto de vista, é claro).

A descoberta da paternidade e maternidade provoca profundas modificações neles e, em menor medida, em mim mesmo, que acompanho relativamente de perto e de certa forma convivo com uma criança pequena --e não é uma criança qualquer, é o filho deles. E uma criança, definitivamente, é uma novidade no convívio entre os meus amigos.

Enfim, meus amigos se tornam outros, e eu, sem filho, me torno também diferente à revelia. Uma nova relação se dá, ainda que os alicerces da amizade permaneçam e, até, se fortaleçam.

É um divisor de águas nas nossas vidas, ainda que eu use a "minha" vida como parâmetro. Até agora é prazeroso esse câmbio brutal e, pela primeira vez, uma mudança que será para toda a vida, com desdobramentos imprevisíveis, como é, ela mesma, a vida.

Curioso que o fato de os meus amigos terem filhos faz com que eu reflita sobre a minha própria vida, por comparação e espelhamento. O outro se torna a medida de mim mesmo.

Isso também se dá com uma coincidente descoberta de novos amores por parte de alguns amigos bem próximos. Uau. Muita informação. Que, do posto de observador, me contento em ser exatamente isto: um espectador, sem, contudo, apenas ver a vida passar.

Os 35 me parecem uma idade fértil sob todos os aspectos. É claramente o auge da vida.

Neo Zeitgeist





domingo, janeiro 20, 2008

PRETINHO BÁSICO

O diretor da São Paulo Fashion Week adotou uma criança em julho passado, ou seja, esta é a primeira temporada de Paulo Borges versão pai. E pode-se dizer que o "pretinho básico" é tendência. "Botei na cabeça que adotaria filhos negros, e na Bahia, porque eu adoro a raça africana, a descendência afro-baiana", disse Borges à Folha em setembro. Uma graça, não?

Não sem razão, o "tema" da SPFW, que está rolando esta semana, é "diversidade social, racial e cultural", eufemismo brasileiro para tratar de negros.

Então a questão da pouca presença de modelos negros nas passarelas, que é pauta antiga, ganha vigor com as circunstâncias.

A rigor, a moda vende sonhos, o inalcançável por meio de roupas, perfumes e acessórios. Imagem é tudo, e, no Brasil, o sonho é não ser negro, apesar de ser o país mais negro fora da África (ou talvez por isso mesmo). Agrava essa situação o fato de os negros serem mais pobres, mais analfabetos e mais presos que os "brancos".

Sob o ponto de vista de imagens irreais, não vejo problema ou contradição em ter meninas brancas e esqueléticas como "padrão" não de beleza, é claro, mas de cabides onde as roupas são penduradas. Além disso, a pele cor de cera funciona também como uma tela neutra onde a roupa se destaca com mais facilidade nas fotos e vídeos.

Por outro lado, estamos no Brasil, talvez o único lugar do mundo onde existam "pardos" autodeclarados, uma espécie de "raça" off-white, para usar um termo "fashion". Para quem então os estilistas e a "indústria" da moda brasileira vendem? Não para negros, mas para aqueles que se acham brancos, que são, em média, mais ricos que os negros e que tentam, historicamente, se distanciar deles. É quase um posicionamento (a)político.

Também, como estamos no Brasil, copia-se. Em Paris, Milão e NY, os modelos negros são minoria. Portanto aqui não vai ser diferente, já que queremos ser como eles sob todos os aspectos, inclusive nas roupas, não raro copiadas de modo escancarado das grifes francesas e italianas mais conhecidas.

A Folha publica um placar diário da presença de negros nas passarelas da SPFW. Geralmente dá uns 200 brancos X 7 negros. É um placar quase que o exato negativo da sociedade brasileira.

Mas não há, nunca houve nem vai haver, nenhuma relação entre moda e realidade, seja qual for. É inadequado "pedir" que haja. O desejo, motor básico da moda, está no impossível. Quem quiser que o compre.

A questão mais premente em relação a esse tema é outra e próxima: por que há tão poucos estilistas negros no Brasil? Isso dá bem mais pano pra manga (ainda mais na temporada de inverno hahaha).

Neo Zeitgeist





domingo, janeiro 13, 2008

Não gosto de poesia, ok? É o uso de palavras menos interessante para mim. A métrica, a rima e o aspecto visual são monótonos para mim. Essa rigidez formal é pouco libertária, ainda que haja poesia em que esses três aspectos não sejam respeitados, mas, por isso mesmo, funcionam como oposição a eles, de modo que eles ainda estão lá, sempre a reger as idéias.

Mas gosto quando poesia é acomapnhada de som e se transforma em música, é uma parceria irresistível.

Mas poesia no papel não. Gosto de narrativa, de personagem, de ação (mesmo que seja a mais estática inação), de história, de possibilidades infinitas, de ausência de regras, de conflito.

Ok?

Neo Zeitgeist





segunda-feira, dezembro 31, 2007

Minha vida acabou este ano. Não recebo mais convites para festas, o disco que saiu no começo de março encalhou e a filha da puta da gravadora disse que não podia fazer nada e que encerraria o meu contrato hoje.

Os paparazzi, que me infernizaram durante uns cinco anos na porta da minha casa, nos restaurantes aonde eu ia, nos shoppings, na praia, no caralho a quatro, agora sumiram. De vez em quando vem um fotógrafo iniciante pra tentar emplacar alguma pauta em um site vagabundo --lógico, que eu me escondo, coloco oclão, chapéu, tipo faço a famosa louca, ou a louca famosa, vai saber.

Sabe o que provocou tudo isso? Eu fiquei careta! Meninas, se droguem, se acabem em festas, vão dormir de manhã com uns dois caras, mais um labrador e uma piranha, bebam no café da manhã, dêem vexame no palco, cheirem "disfarçadas", saiam de casa sem calcinha _e mostre que está sem, claro_, mudem de namorado como quem muda de calcinha (hahaha, adoro), sejam lésbicas (mas não muito, veja a Ana Carolina; que horror a tática da moça), falem bobagens bombásticas uma ou duas vezes por mês (uma é melhor), façam sexo e "vaze" o vídeo na internet. Se vocês, cantoras jovens como eu, fizerem isso, vocês serão mais ricas, terão mais exposição (foda-se se é positiva ou negativa, sempre vai ter uma bicha louca que vai defendê-la dos "ataques e perseguições" dos jornalistas, e isso a fará ainda mais lembrada, idolatrada, admirada, desejada, motivo de piada e tudo mais) e serão mais felizes.

Não me venham com esse papinho babaca de que quer investir na carreira. Isso é o maior investimento que vocês podem fazer nas suas carreiras! A droga é bela, os escândalos são os novos álbuns, seu corpo é a sua voz. O resto não importa, a sua saúde não importa.

Mas a minha saúde vale mais do que tudo. Sem ela não poderia fazer o que fazia. Com ela de volta quase 100%, posso pensar melhor o que quero para mim. Em 2008, estarei saudável e no ostracismo; não se pode ter tudo. Ainda não sei o que é melhor, mas acredito que haja um equilíbrio entre o frenesi (frenesi? usei essa palavra?) e o sucesso.

Ou isso acontece, ou essas meninas que vivem desse "frenzy" eterno não conseguirão aproveitar toda a grana que ganham justamente sendo loucas. Quem sabe o ideal é representar uma louca e fingir que é prostituta-cantora. Aí você se preserva melhor. Mas não deixe que descubra! Sempre dê um jeito de dar um teco de verdade na frente de pelo menos três pessoas desconhecidas.

Feliz ano novo, meus amores. Eu amo vocês, que me amam também, só que acho que se esqueceram disso.

Neo Zeitgeist





terça-feira, dezembro 11, 2007



O Led Zeppelin voltou ou os professores de Hogwarts montaram uma banda?

Expelliarmus Riddikulus!

Neo Zeitgeist





segunda-feira, dezembro 10, 2007

Adoro internauta que se humilha no comentário:

Muito bom! Obrigada por me dar a oportunidade de assistir este vídeo! Não tive condições de ir ao show, mas estou feliz em poder assistí-los através deste vídeo!
Bendito seja esta pessoa caridosa de proporcionar esta alegria!


Simata, que tal?

Isso estava em um vídeo do Police, não aqui neste blog, é evidente: não trabalhamos com opiniões alheias.

Neo Zeitgeist





quarta-feira, dezembro 05, 2007

Então as Spice Girls voltaram? Achei que era o show das Desperate Housewives hahahaha.

Neo Zeitgeist






Adogo essa miniconstituição da Venezuela! Por aí você vê a importância do país e a importância que o presidente dá ao país, não?

Mas o mais legal é que a caixa de fósforos vermelha na outra mão dele não é um brinde de um puteiro, é a quantidade de modificações que ele queria enfiar na Constituição! Ou seja, ele quer fazer um 69 na Carta Magna.

- A mi me gusta Chávez.
- Por que no te callas?

Neo Zeitgeist





terça-feira, novembro 20, 2007

Por cristo! Mike Tyson de pantufas vermelhas, meias rosas e... algemas pink! Tudo combinando com os dizeres do macacão listrado (listras grossas, bem verão).

Eu não sei o que isso significa, mas a new rave chegou ao boxe.

E não dou um mês para o Tyson ser chamado para o Abravanation.

Neo Zeitgeist





segunda-feira, novembro 19, 2007

QUE DROGA

"O Abadía acabou com a minha vida"




Poucas vezes eu vi alguém com a vida acabada posar sentada na mesa do seu escritório, com um quadro do Aldemir Martins na parede. Realmente, o desespero e a agonia estão por toda a parte, não?

"Meu movimento caiu 50%", disse a cirurgiã plástica de 51 anos e com 8 cirurgias pelo corpo.

Não se preocupe, meu bem, com essas duas páginas na Vejinha, você já pode dizer: "O Abadía acabou com a minha vida. Obrigada, Abadía!"

Neo Zeitgeist




11 são furtados em show de Ivete Sangalo

O técnico em informática Fabio Altea, 29, diz ter se sentido desamparado pela casa de shows. "Vou a shows de heavy metal desde 1994, e isso acontece comigo no Credicard Hall. É inacreditável."

Pra você ver. 13 anos de carreira como metaleiro e foi roubado justamente durante o Berimbau Metalizado. É inacreditável mesmo.

Segundo ele, os acusados não destoavam do restante do público. "Ela é loira e ele parecia um mauricinho."

Primeiro: defina loira. Segundo: "parecia um mauricinho". vc consegue ser mais vago?

Neo Zeitgeist





quinta-feira, novembro 15, 2007

NOTÍCIAS

Britânico é condenado por fazer sexo com bicicleta

Sorte dele que não era uma Cecizinha, porque aí ele seria condenado por pedofilia hahahahaha. Mas, pô, deixa o cara, tanta gente fissuarda numa magrela, né?

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Amy Winehouse é vaiada no primeiro show da turnê

A nêga tá foda. Deixou cair o microfone no chão e tudo. Ô, dona Winehouse, a senhora consegue colocar esse ninho de marimbondo marombado na sua cabeça e não consegue nem fazer um show? Acho que devia ter um videogame que é uma disputa entre Amy Winehouse e Lily Allen. Quem terminar o show em pé ganha. No Wii.

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Frank Aguiar é cotado para substituir Gil no Ministério da Cultura

Será que o argumento é "notória especialização"? Mas o Cãozinho dos Teclados disse que "quer curtir o mandato" de deputado. Ou seja, tem tudo pra ser ministro!

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Paris Hilton nega abraçar causa de elefantes bêbados

Por mais vaca que ela seja, é difícil abraçar um troço tão grande. Ainda mais de um bêbado.

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Angelina Jolie assina artigo na "Economist"

Uau! A notícia então é que ela escreve?

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Spice Girl Geri Halliwell define abdome com ioga e caminhada

Eu defino abdome assim: parte do corpo humano e dos mamíferos, situada entre o tórax e a pelve, que contém uma cavidade separada da cavidade torácica pelo diafragma e onde se aloja a maior parte dos aparelhos digestivo e geniturinário.

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Celine Dion lança novo álbum e volta à estrada

Tomara que seja atropelada por um elefante bêbado.

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João Bosco interpreta oito repertórios em oito shows

A polícia não descarta ameaça terrorista.

Neo Zeitgeist




Tenho uma idade curiosa. Posso ser "jovem" ou "aposentado" de acordo com o caderno do jornal. Em Esportes, sou velho, veterano, experiente e posso ter me aposentado e aberto uma empresa de palestras, uma escolinha qualquer ou simplesmente sumido.

Em Política (nacional e internacional), sou jovem se eu ocupar um cargo no executivo, legislativo ou judiciário. Também posso ser ousado ou fazer parte da "nova geração" de alguma coisa se estiver no caderno de Economia.

No caderno de Cultura é provável que não haja adjetivos relativos à minha idade, especialmente se eu for músico --posso fazer música "de velho" ou ser eu próprio tão jovem quanto meu suposto público de 20 e poucos anos. Se eu for escritor, chef ou artista plástico, posso ser tanto jovem como fazer parte de alguma "geração", mesmo que não seja "nova".

E é uma idade curiosa também para dados oficiais. Segundo o IBGE, estou incluído no grupo dos que possuem idade a partir dos 24 e no grupo que vai até os 49.

Na real, acho que nasci com a mesma idade de sempre.

Neo Zeitgeist




Então o placar está assim:

Björk 3 1/2 X LCD Soundsystem 3 (4).

Björk em Tóquio (98), Barcelona (03) e SP (07), com meio ponto ganho na cidade catalã com um pequeno show-surpresa. LCD Soundsystem em Paris (05), NY (07) e SP (07). Houve também um em SP (04), no qual, segundo relatos, estive presente, mas minha mente estava ocupadíssima no momento, de modo que não há registro do ocorrido em meu HD.

O melhor Björk foi em 2003, com harpa, tecno, máscara-franja negra e carrinho bate-bate.

O melhor LCD Soundsystem foi quase um empate entre NY (07) e SP (07), por serem shows parecidos. Mas, se em NY o público era de umas 500 pessoas, num espaço para 500, que realmente estavam a fim do show (em SP, o público era de pouco mais do que o dobro, num espaço para quase o triplo, mas a metade era de convidados que estavam lá porque era "de graça" e mais assistiam do que curtiam de fato), o que fez da experiência algo mais selvagem e intenso, além da pequena aventura ao entrar, em SP, havia os meus amigos: eu estava com "all my friends tonight".

Ganha pontos o fato de a banda ter feito o show do ano no ano em que lançou o disco do ano. Por isso e por mais, é a banda da década.

Neo Zeitgeist




Chamo de bom fogão aquela coisa sem frescura, sem muita necessidade de manual, com a qual se pode perder a paciência e fechar o forno com o pé por estar com o frango assado nas mãos. Aquele cujas medidas do forno permitem que as Sylvias Plaths em potencial se suicidem com toda a comodidade, sem que tudo se trave para não escapar gás. Que não precise apitar para nada e que os botões não saiam nas suas mãos a toda hora. Um fogão macho.

Nina Horta escreve tão bem quanto cozinha.

Neo Zeitgeist





sábado, novembro 10, 2007

OS IDIOTAS

Exatamente um ano depois da inauguração da Pacha em SP, fui a essa espécie de Daslu dançante. O mau gosto do lugar e do público é o mesmo. Os preços também são altos, o que serve, dizem os promotores e os freqüentadores, para "selecionar" o público. De fato, é uma eficaz seleção: só entram Os Idiotas, com maiúsculas, como VIPs de pulseirinha merecem.

É provável que você já tenha ido à Pacha, mas nunca tenha entrado em um matadouro. Antes de entrar no local propriamente dito, os bois ficam confinados entre grades em corredores estreitos o suficiente para mantê-los em fila indiana. Os olhares dos animais é de uma tristeza agônica, porque é notório que eles sabem que lá dentro não há boa coisa.

O semblante dos Idiotas que se aglomeram na entrada do local, confinados entre grades, porém não exatamente em fila indiana, é o oposto do dos bovinos. Há excitação, apreensão e expectativa. Primeiro por conseguir entrar, depois por conseguir entrar sem pagar. Os Idiotas sabem que lá dentro há coisa boa.

Por acaso fui com amigos que tinham ganho convites, então eu era VIP (que boiada!), o que me dava direito a entrar direto no El Cielo, recinto de nome ridículo destinado aos Idiotas, digamos, mais "privilegiados".

Fila para entrar, mais fila para "pegar a pulseirinha" _os bois já possuem uma espécie de pulseirinha, na verdade um brinco, antes mesmo de entrar no matadouro. Os Idiotas usam uma pulseirinha em que se lê MASCULINO. As Idiotas usam uma com FEMININO escrito. Essa informação seria dispensável se eles não fossem tão Idiotas.

O conceito de VIP prescinde de filas, mas não aqui. O conceito de rico não inclui mendigar, mas não aqui. Pior do que mendigo pobre é playboy mendigo: geralmente são homens que imploram por uma pulseirinha para funcionários.

Na fila VIP (uma contradição em termos), vi um segurança oferecer para um Idiota: "Faço R$ 200 de consumo pra você". O Idiota topou.

Então, uns 40 minutos depois, entramos na tal área VIP, o El Cielo, que tem estrutura semelhante à da área VIP da Itapemerim na rodoviária Tietê. Ganhamos um mojito, já que o rum Bacardi patrocinava a noite (e fomos obrigados a ver o morcego do logo da marca que aparecia sempre arreganhado no telão a noite toda). A pulseirinha nos dava um status importante naquele local, onde status social é uma questão bastante evidente.

Os Idiotas se vestem quase do mesmo jeito, é óbvio. Os caras deixam bem claro em suas camisetas em que lojas elas foram compradas, e, eventualmente, a cidade em que elas teoricamente foram compradas, como uma que vi: Emporio Armani MILANO. Mas boa parte dos caras usava Abercrombie & Fitch, uma marca de forte identidade gay, mas Os Idiotas pareciam não se importar muito com isso.

Eles se vestem iguais e também falam as mesmas coisas _e bem alto, como convém a um Idiota. Não era incomum ouvir gírias saídas de "Tropa de Elite" entre Os Idiotas. O amigo do Emporio Armani MILANO disse para a funcionária que se recusava a lhe dar a pulseirinha: "Zero-cinco, a senhora é uma fanfarrona". "Pede pra sair!" era outra gíria que se ouvia com certa freqüência.

As mulheres usavam saltos muito altos e cabelos tão lisos quanto longos. Como disse o meu amigo, se os cabelos de todas elas fossem tesourados e amarrados, daria para ir até a Lua com essa "teresa" capilar. Se os saltos de todas fossem cortados e enfileirados, daria para dar uma volta e meia na Terra.

O lugar é gigantesco. Não fossem a música alta e as luzes (não há nenhum lugar muito escuro nem estrobos alucinantes; é lugar para ver e ser visto), seria um imenso posto de gasolina de beira de estrada, como o Graal, com uma praça de alimentação e até um guichê de informações (!). O teto é decorado com imensos bojos de sutiã abertos, feitos de material translúcido branco, o que, certamente, é chamado por quem fez de "formas orgânicas", assim como são os enormes "lustres" de tecido. Enfim, a Pacha é um grande despropósito, como a Daslu.

Então entramos no Domo, como é chamada a pista de dança. Insuportável. Estava lotada de Idiotas que eram mais idiotas do que nunca: eles parecem ocupar mais espaço do que merecem e, de novo, não se importam com isso.

A pista é uma espécie de arena de rodeio, com arquibancadas com grades grossas e brancas em volta dela, para que os bois do chão não invadam a área do "público" que assiste, no caso, não invadam a área VIP.

Ficamos no alto, não exatamente o melhor lugar para se divertir nem "assistir" à pista, mas o mais viável para sobreviver. Então um Idiota aborda o meu amigo: "You are the Txemical Brothers?". É, não estava fácil.

Além dos R$ 100 para entrar, a "seleção" do público se dava também no interior da Pacha: Os Idiotas pagam R$ 9 por uma lata de Skol.

E a música? Bom, Os Idiotas não ligam muito pra isso, o lance é a azaração. E a música era bem ruim, apesar de haver uma dupla belga que faz ótimos remixes e que tem uma banda bacana, que, por sua vez, também faz bons remixes. Atração extra da noite era um baterista de uma banda de heavy metal que acompanharia com seu instrumento a dupla belga (ele tocou uns cinco minutos e não fez diferença).

Antes dessa dupla, chamada de 2 Many DJ's, tocou esse baterista (que se veste como se fosse de uma banda new rave) acompanhado de sua mulher, num projeto chamado Mixhell, que foi pior ainda do que os belgas. Durante a apresentação dessas duas atrações, Os Idiotas dançavam pouco, como notou o meu amigo. Não porque elas fossem ruins, mas porque a música é indiferente num local que cobra R$ 100 de entrada e R$ 9 a lata de cerveja.

Eu, Idiota por uma noite (pelo menos oficialmente hahaha), preferia ter entrado num matadouro a entrar na Pacha. Pelo menos lá, leva-se um tiro na testa logo na entrada e não é necessário lidar com todo o resto.

Neo Zeitgeist





domingo, novembro 04, 2007

DOIS LIXEIROS DE AMARELO

Por acaso, conversei com dois lixeiros (ou garis, mas deve haver um nome "anos 2000", tipo removedor de impurezas públicas), contratados de uma das empresas que prestam serviço para a prefeitura de SP. É sempre bom conversar com desconhecidos, contrariando o conselho materno.

Os nomes deles não perguntei, mas serão conhecidos aqui como o Da Vassoura, DV, e o Do Carrinho, DC (ainda que carrinho seja um nome pouco técnico). Primeiro: eles trabalham em dupla; um varre e o outro recolhe --sempre, me explicou o DC, o lixo que estiver "da guia da calçada pra cá". Quando trabalham, ambos têm de manter uma distância não muito grande entre si, um dos vários aspectos que os fiscais da empresa observam quando circulam de moto ou de carro --e muitos desses aspectos resultam em suspensão.

Segundo: eles trabalham seis horas por dia, seis dias por semana. Durante o plantão, quando aconteceu a conversa, o parceiro é aleatório, de acordo com a escala da empresa; nos demais dias, o parceiro é fixo. O plantão é sempre um domingo ou feriado. E há folga de um dia por plantão trabalhado.

No domingo em que encontrei DC e DV, eles cumpriam o horário das 8h às 14h na região da av. Paulista. E chovia. DC usava capa de chuva grossa e amarela, cor da empresa e fornecida por ela. DV usava um fino saco de lixo, também amarelo, que fazia as vezes de capa de chuva, e torcia para que nenhum fiscal passasse por ali, porque isso é outro dos aspectos pelos quais os lixeiros são multados (ou suspensos, de acordo com a gravidade do caso).

DC fez elogios contidos à empresa, que fornece uniforme "bom", mas que poderia ser melhor, como a própria capa de chuva com capuz, que, segundo ele, deveria ser mais longa e ir além da metade da canela. DV esqueceu a capa em algum armário e não pôde comprar uma capa de chuva própria (parece que isso é permitido, contanto que seja amarela) porque o "cartão do banco está bloqueado" e ele não pôde sacar dinheiro.

Pergunto quanto é o salário deles. R$ 500 mensais. "Tá bom", elogiou DC, acho que com pouco menos de 60 anos, cabelos grisalhos e pele vincada, "tem empresa por aí que paga muito menos". DV, 40 e poucos anos e me pareceu que de cabelos tingidos de castanho sob o boné amarelo, também não acha má a quantia, mas ressalva que "podia ser melhor".

Os fiscais da empresa de lixo são rígidos e conferem desde a eficiência da varrição, a conformidade do uniforme (uma das exigências é que "tem de ter o X", disse DC, ao se referir ao acessório verde-reflexivo que usam sobre a camisa) e o proceder no ofício até a mencionada distância entre as duplas.

Os fiscais são uma das preocupações cotidianas dos garis. A outra são os acidentes. "Quando tem canteiro no meio da avenida, é pior porque vem carro dos dois lados", disse DC. "Tem gente que entra com o carro na calçada." Atropelamentos não são raros. "Não acontece sempre, mas acontece." Quedas também "acontecem", e, tal o exército norte-americano, a empresa para qual trabalham considera a vítima culpada. "Querem saber se a bota [que a empresa fornece] não estava lisa, se o piso do caminhão estava com defeito, se a gente não prestou atenção", disse DV, que chama seu instrumento de trabalho de "bassoura" e fala mais alto que o necessário.

Quando um acidente acontece com um deles --e esse é um dos motivos de os lixeiros trabalharem em dois--, o outro tem de avisar imediatamente à empresa por meio do telefone, que carregam no bolso. (Muitos DJs de música eletrônica trabalham em dupla provavelmente por razões similares e mantêm sempre a mesma distância entre si.)

Sobre o tipo de lixo que recolhem: folhas e papéis, basicamente. O que é especialmente mais chato de recolher quando chove. Sacos com cocô de cachorro não são recolhidos por eles. "Tem gente que nos vê e já coloca o saco com cocô de bicho dentro do carrinho. Que é isso? Aqui é privada?", indigna-se DC.

Também não recolhem "lixo de prédio", identificados por sacos pretos nas lixeiras em frente aos edifícios. Também não podem recolher "lixo de bar". "Às vezes acontece de o dono do bar sair de dentro e trazer o saco de lixo pra gente levar. Não pode", afirmou DC, que é tão falante quanto DV, mas mais articulado.

Pergunto o que acontece quando há mais lixo a ser recolhido por eles do que a capacidade do carrinho, um recipente plástico retangular, da altura de uma criança de 9 anos, com duas rodas e uma alça. "Aí a gente tira o saco e deixa em lugares como aquele ali, ó [aponta para alguns sacos pretos de lixo encostados em um poste, pelo que entendi, lugar apropriado para isso]. Mas o nosso saco é amarelo, então outra equipe passa e recolhe só os amarelos", informa DC.

As duplas não trabalham sempre na mesma região mesmo em dias convencionais. Curioso por saber se em bairros mais ricos há mais ou menos sujeira ou lixo "melhor" do que em bairros mais pobres, DC me frustra e diz que "é tudo igual". Mas parece que há regiões mais "iguais" que outras. O bairro do Pacaembu, diz DC, é "terrível". "O pessoal respeita menos e tem muita árvore". Árvores, como se vê, não agradam a todos.

DV olha o relógio e avisa o companheiro de que precisam ir "porque o fiscal pode passar". "Mas está chovendo ainda. Vocês têm de trabalhar mesmo sob chuva?", pergunto. "[Quando há] Chuva mais forte, como estava quando a gente parou, não. Mas chuva assim, o fiscal pega". Chovia apenas um pouco menos, o suficiente para molhar bem os cabelos durante dois quarteirões.

E então foram-se os dois. DV "barreu" e agrupou folhas molhadas que estavam no asfalto. DC recolheu-as, apesar de estarem "da guia pra lá".

Neo Zeitgeist





sábado, novembro 03, 2007

O perturbador "No Country for Old Men" é tenso, violento e explosivo no limite do suportável. Os Coen fizeram um dos filmes do ano, e Javier Bardem, uma das atuações mais fodas.

E o sotaque capiraço de todos é tão peculiar à filmografia dos diretores que já cheira a sangue.

Então ao final da sessão três amigos discutiam se havia ou não havia "mensagem" no filme. Não houve consenso se havia tampouco qual seria. Quase sugeri a eles olharem no celular. Ali é certo que sempre há mensagem.

Neo Zeitgeist





sexta-feira, novembro 02, 2007

Um amigo não vê a hora de assistir a "Tropa de Elite". Não porque ele se interesse pela abordagem da polícia no filme nem por causa da atuação de Wagner Moura.

Ele só quer passar a entender as piadas.

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Outro amigo falou sobre um conhecido nosso: "O cara é maluco, manda email às 6h30. Quando não tem ninguém pelado na cama dele, ele está sempre trabalhando."

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O novo show da Björk é a releitura cênico-musical do casamento do Shrek: coro de sopros, decoração pagã e eis que surge a princesa Fiona.

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Por falar em Björk, suspeito que ela tenha emprestado o vestido que usou no show do Rio para o brega Brandon Flowers usar no pedestal do microfone no show do Killers.

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Por falar em Killers, a banda desobedece o ditado mais famoso da cidade de onde vieram: "What happens in Vegas stays in Vegas".

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A Mostra de Cinema de SP é um evento organizado por velhos (basta ver a identidade visual dos cartazes e os filmes selecionados) para velhos. Não que haja algo errado com isso, mas o Festival do Rio é bem mais vibrante.

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Quando haverá bons shows para mil pessoas em SP? Ou para sempre serei obrigado a dividir o espaço com 6.000, 10 mil, 20 mil, 30 mil, 60 mil pessoas para ver uma banda legal ao vivo? Um show para 500, mil, 1.500 pessoas é o ideal em termos de satisfação do público: a energia não se dissipa, e a experiência é mais intensa. Mas parece que aqui ninguém liga muito para isso. Então prefiro passar pelos seguranças de Cumbica.

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Aliás, é interessante que, até hoje, haja uma empolgação excessiva quando *qualquer* banda vem tocar no Brasil. Empolgação dos jornalistas (que se esmeram em divulgar antes e sem nenhum critério qual será a próxima banda a desembarcar aqui apenas pelo fetiche do "furo"), que contagia os leitores. E então esse show (ou, mais comumemnte, esse festival patrocinado por empresas de telefone, que agradecem pela divulgação "espontânea") se torna um evento realmente importante. Mesmo que seja do Phoenix, Juliette and The Licks ou Lily Allen. É quando São Paulo vira Uberlândia. Ou, vai ver, São Paulo é de fato a Uberlândia do mundo.

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Quando se tratam de publicações de música, todo mundo tem tanta opinião que parece que não existem mais os tais formadores de opinião. Seria ótimo se as opiniões não fossem sempre as mesmas.

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Este ano, cerca de 78 "divas" fizeram show em SP e uns 34 shows foram "incendiários". Por outro lado, apenas 12 artistas "exóticos" estiveram por aqui e só uns 9 fizeram "rock sem firulas".

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Sexo é bom, mas enche o saco.

Neo Zeitgeist





Let's get unconscious

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