|Zeitgeist| like a fucking stoned






quarta-feira, abril 30, 2003

AMO-TE CHIADO



Adorei isso.

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ZEIT-MÚSICA DO DIA

This Is the New Shit, Marilyn Manson.

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terça-feira, abril 29, 2003

ED

Clique em radio.
And enjoy.

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CONEXÃO RÁPIDA

O mais legal é que o UOL faz aniversário no mesmo dia que Saddam Hussein.

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O BOM FILHO...

Pois a cerveja Carling promove um evento chamado Homecoming, que consiste em levar bandas bem-sucedidas de volta ao lugar onde começaram suas carreiras.

No dia 11 de abril, o Primal Scream se apresentou para apenas 500 pessoas que lotaram o The Garage, onde tudo começou há 17 anos, em Glasgow.

Mas talvez você nem esteja a fim de ver os vídeos do show, né?

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segunda-feira, abril 28, 2003

PLÁGIOS DO FINDE

Fim de semana bastante profícuo na descoberta de plágios:

- Mestre Jonas, de Os Mulheres Negras, copia descaradamente a linha de baixo de Fight the Power (pt. 2), dos Isley Brothers. A versão brasileira está na trilha de Durval Discos. Sério que ninguém notou nada?

- Em compensação, Jim O'Rourke faz uma "homenagem" (adouuro esse eufemismo) a Sentado à Beira do Caminho, de Roberto Carlos, com a canção twee-indie Ghost Ship in a Storm. Bom, pelo menos a cópia é muito melhor do que os arranjos daquele maestro cafona prakarai.

Quer dizer, não são plágios. Isso não é uma denúncia, porra!

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OIIIIIIIII

Luluzinha, Bolinha, Mônica e Cebolinha durante La La Land ao vivo com Green Velvet foram umas das poucas imagens apropriadas no Sqol Beats.

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Querida Madonna,

Nos conhecemos há quase 20 anos, quem diria. Aquele clipe de Dress You Up foi uma boa apresentação, e a Viúva Porcina se apropriou daquele visual no Brasil, você se lembra? Você foi muito sedutora naquela ocasião.

Ficamos mais próximos em 1989 com Like a Prayer. Era um período em que coros gospel me pegavam de jeito. E a polêmica com a Igreja Católica dava um charme especial a todo o resto. Você fica muito bem como uma brunette. Em 1992, com Erotica, uau, você era demais. Pelada no cinema (Na Cama com Madonna é o seu melhor filme; melhor do que qualquer um do seu marido também), naquele coffee table book Sex (edição luxuosa de luxúria pop), naquele clipe. Foi aí que os gays viraram seus fãs em escala global, e você fazia questão de sublinhar isso, talvez pela facilidade de aceitação por ser uma mulher, talvez por nunca nenhuma cantora ter transado com gays publicamente, talvez por tudo isso junto. Enfim, era uma boa maneira, à época, de criar sensação.

Você era desbocada, menina suburbana que falava o que queria (virgindade, sexo, diversão e religião), se masturbava no palco e fazia as suas polêmicas _matéria fundamental de um artista muito pop_ de modo pioneiro. E pioneirismo pop tem um preço devastador, porque muitos a imitam e, com isso, acabam esvaziando tudo o que você fez antes, um horror. Veja quantas material girls existem hoje e o que isso representa...

Depois de quase dez anos de esbórnia (de Madonna a Erotica), você ficou numa ressaca braba (Bedtime Stories e Something to Remember _a propósito, fatos a se lembrar deste último disco são a participação de Massive Attack e a produção de Nellee Hopper, pontos altos, porém pouco populares da sua carreira. A ressaca de tanto excesso foi tão cruel que aconteceu Evita, o seu primeiro erro em todas as dimensões.

Mas toda essa história _e muito mais_ eu já falei pra você. E cá está você novamente morena em American Life. Disco bem chato este. Um dos mais chatos que você já fez na vida. Até entendo a sua crise Bubo; o excesso material e a vida espiritual (espiritualidade ainda que de maneira Bubo, com ioga e pitadas iguais de Índia e pilates; American Life, no seu conteúdo, é só um Ray of Light dois filhos depois) provocam choques estruturais profundos mesmo. Pena que você não soube expressá-los como deveria.

Express Yourself é uma de suas melhores músicas, mas não tome isso como regra até o fim da vida, se você não é capaz de fazê-lo de modo adequado. Ou expresse outras coisas, mais superficiais, mais mundanas. Nisso você é boa.

Sinceramente não gostei da produção de Mirwais, muito uniforme e falsamente econômica; as músicas possuem batidas extremamente similares e servem quase como uma moldura para as letras, fracas e bobas. E a sua voz distorcida/desafinada por computador era exatamente o ponto mais fraco das músicas de Music que você repete aqui. Você se lembra de John Benitez, o Jellybean, produtor do seu primeiro disco e presente no segundo? Mirwais faz as vezes de reencarnação do século 21 da tosqueira Jellybean. Isso não faz nenhum sentido, não é volta às raízes, não é nada. É chato e pobre.

As letras nunca foram o seu forte, não as deixe em primeiro plano sob o risco de perder a sua aura superstar. Você revela demais o que pensa _isso, no seu caso hoje, é gol contra.

Por que tantos Jesus Christ nas músicas? Em duas de American Life ele está presente, sem contar os termos religious, christian e jew. Prefiro quando você colocava Jesus como negro e incendiava a cruz no altar. Mas é bonito que ele esteja em Mother and Father; fico aliviado em saber que nem todo popstar de Detroit odeia a mãe, hahaha.

As baladas desse disco me lembraram Alanis Morrisette e Jewel, Madonna. O que está acontecendo? Essas moças são ocas e acham que têm muito a dizer de suas experiências e frustrações pessoais, mas apenas contrangem o mundo inteiro ao expô-las. Em outros casos você parecia uma Sheryl Crow, se ela descambasse para o eletrônico com o objetivo de variar o seu público. Perceba que já são três comparações _e nada louváveis_ feitas a você, uma artista sem comparação.

A guerra foi um grande erro dos americanos. O clipe de American Life foi um grande erro seu. Tudo desnecessário, um modo de chamar a atenção que foi o seu segundo tiro n'água. Por isso tantos falam do "começo de sua decadência". Deve ser foda você adimitir isso _a "revisão" do clipe é uma aceitação disso. De fato, você ficou dois tons acima na sua "crítica" ao que sejá lá o que você queria criticar. Você se comportou como uma típica americana ao express yourself sem medir as conseqüências, ao dar a sua visão de mundo sem ter sido convidada.

Mas eu continuo gostando de você porque você é foda. Nunca cantou bem e é a cantora mais popular do século 20, usando sempre o recurso de transmutação de comportamento. Isso é tão excitante quanto difícil _impossível_ de haver repetição na música pop. Como nos conhecemos bem, jamais pediria a você que voltasse a ser o que quer que fosse. Ouviria um sonoro fuck you, bastard, hehe. Mas exatamente por conhecê-la bem, me sinto à vontade de dizer que American Life é um episódio descartável na sua carreira. Isso é um sinal forte de que nem sempre você terá a mesma atenção de antes do seu público.

E nem adianta tentar me convencer de que I'm not myself standing in a crowd, como na música X-Static Process, porque serei obrigado a responder com um fuck you, bitch. (Falaram mal da mostra X-Static Pro=cess, né?).

Mande um beijo pra Lola, Rocco e Guy.

XXX

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PRECISO

Já ouviu falar em (a)tekno cirúrgico? Foi mais ou menos isso que Jeff Mills fez na Marginal Tietê ontem de manhã.

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quinta-feira, abril 24, 2003

JÁ AIR

O Air é um clássico exemplo de desvirtuamento musical completo. Ou talvez o ótimo e, ahn, aerado Moon Safari (1998) e a trilha de Virgin Suicides sejam dois percalços da dupla francesa, considerando os últimos discos, 10.000 Hz Legend (2001) e o recém-lançado City Reading (True Story Western), este um ridículo baiano ao musicar o livro City, do escritor italiano Alessandro Barrico, que lê a obra _em italiano.

Ponham a mão na consciência, messieurs Nicolas Godin e Jean Benoît Dunckel! Isso é picaretagem do calibre de Arnaldo Antunes (que, graçazadeuz, não teve essa idéia com algum livro dos irmãos Campos). Voltem a fazer o que faziam até 1998. Isso é uma chatice sem tamanho. Mais até do que o show de 10.000Hz Legend, com aquela "sonoridade retrô" (tucanaram o rock progressivo, diria o Simão).

Veja você mesmo.

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AGORA VAI

Com o Menininho como secretário de Segurança Pública, está tudo armado (epa!) para o Rio começar a brincar de polícia e ladrão comme il faut. Com a os ingredientes 1) não se saber ao certo quem é a polícia e quem é o ladrão e 2) esteja Menininho do lado em que estiver, já sai em vantagem com o seu super-resistente capacete de crente.

Tremei, traficas.

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quarta-feira, abril 23, 2003


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domingo, abril 20, 2003

And all... That... Jaaaaaaaaazzzzzzzzzzz

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MISSÃO

Digo com toda clareza. Se eu fosse padre, seria um belíssimo pedófilo. Numa boa. E sabe por quê? Porque eu sou justo, sensível e compreensível. E, come on, a pedofilia católica tem uma aura sacra, respeitosa e que deve ser feita com rituais, seguindo os princípios da santa madre igreja. E isso, caros senhores, isso nada mais é do que uma iniciação sexual de uma criança, de um adolescente _um tema tão comentado e incentivado nos dias de hoje_ por um padre, um homem de respeito e, como de pouca prática sexual, bastante ingênuo. O padre é o melhor pedófilo que há. Não traz os vícios e taras de roqueiros nem as vivências mundanas e sujas de um homem casado e com filhos.

Como padre, tenho um papel pedagógico, de trazer mais ovelhas para o meu rebanho, de congregar, de compartilhar. E lido com crianças, com pequenos seres de luz que podemos convencê-los da pureza de uma chupetinha, evocando mais de 2.000 anos de história do catolicismo.

Também deixo claro que não há agressão, tudo é feito com consentimento mútuo, sem sacanagem, afinal eu sou padre _deus te abençoe, meu filho. Conheço vários padres que, quando pequenos, tiveram a sua primeira experência sexual com outros padres. Virgem santa, isso é a continuidade do nosso sacerdócio, é a transmissão de conhecimento divino para uma geração mais nova _mesmo que algumas mentes satânicas chamem isso de bolinação.

Portanto, meus queridos, seria um respeitoso, limpo e sedutor pedófilo se eu fosse padre.

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TEMPO E ESPAÇO

O passado mora em determinados lugares. E neles o presente fica um pouco turvo, como se o hoje e o ontem fossem ímãs positivos e se recusassem a se atrair.

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REVELAÇÃO

Alguma banda que preste (ou que não preste) já foi "revelada" nesses concursos que prometem revelar novas bandas? Juro que queria saber se tem mesmo.

Pra mim isso é coisa de festival grande que quer se desculpar por trazer tranqueiras para tocar em "mega-shows" no país. Aí põe um concurso de "novas bandas" (como se bandas fossem modelos e como se o festival fosse a Elite Models) para fazer com que os pobres dos iniciantes achem que tocar no mesmo palco que um Roger Waters é realmente algo bom.

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THE GRUNGE OF OZ

Vem cá, o Daniel Johns, do Silverchair, não estava com uma doença grave e incurável? Então é por isso que ele vem ao Brasil?

Agora, depois de passar por 1997, 1998, quem diria que a maior atração internacional a fazer show no Brasil em 2003 seria o Silverchair...

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CUMA?

Tal relação [entre o Brasil e o Iraque] foi tão intensa que chegou a ser anunciada uma nova língua, o "mendês", mistura de idiomas desenvolvida entre funcionários da construtora Mendes Júnior e comerciantes iraquianos, que trocavam expressões como "mako muskila" (sem problema), "mako flus" (dinheiro) e "milico come salame" (vou bem).

Comequié? Milico come salame?
Cara, o mais legal é perceber a liberdade de expressão em pleno vôo. Você escreve qualquer coisa e sai publicado, parece até blog.

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sábado, abril 19, 2003

POST, BLOG

E quando sai em jornal ou revista que blog é "um diário virtual"? Adoro isso. Ô, cambada de gente burra. Primeiro que o termo "diário" é usado na explicação com sentido pejorativo: uma coisa de meninas, de segredinhos fúteis, de temas desinteressantes cujos leitores só podem ser voyeurs da vida alheia. Nem vou comentar se os blogs falam da vida de quem escreve ou não, porque estaria constrangendo você.

O curioso _e um dos pontos da burrice de quem escreve está aqui_ é que diário também é o jornal. Ou ele não é publicado todos os dias? Então ser diário, semanal ou mensal não é uma questão, seus burros!

A melhor definição de blog que conheço é "um quadro de avisos mutante em que os posts vão se sucedendo numa frequência geralmente irregular". É uma mistura de billboard com outdoor eletrônico _"mídias" cujo conteúdo e público não seguem nenhum critério.

Claro que a definição é minha.

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MADONNA MACHINE

A new Madonna album never arrives alone. E isso não é exatamente elogioso.

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POVO BOBO

Diz uma lenda que se um dia a Rede Globo ficar fora do ar no horário nobre, dá 15 pontos fácil no Ibope. Não duvido dessa hipótese. O público é amestrado pela Globo há quase 40 anos _parece a Caros Amigos falando, né?. Mesmo depois do controle remoto, mesmo depois das TVs por assinatura (aliás, um fiasco).

Esse controle da audiência (das pessoas, não dos números do Ibope, mané) existe, é forte e posso prová-lo com um exemplo prosaico: Loser Barrichello. Há nove anos (nove anos!), a emissora transmite as corridas dessa coisa emocionante que é a Fórmula 1 com o argumento da torcida para esse motorista. Desde então, o cara ganhou uma vez (ou foram duas?). O sujeito ganhou uma única vez e há nove anos, nove temporadas, a Globo ainda insiste que devemos torcer para o "nosso" Loser.

Eu não entendo muito de televisão, mas o fato de a maior emissora de um país transmitir um evento de competição com exclusividade e apelar para algo que nunca vence como chamariz deve ser caso único no mundo. Isso não faz nenhum sentido! É contraproducente comercialmente e deveria macular a imgem da Globo como uma emissora igualmente perdedora. Um acontecimento cujo objetivo de todos é ganhar, é desproposital insistir em alguém que ganhou uma vez em nove anos para chamar audiência.

Mas, incrível, a audiência vai, se interessa e realmente torce para um cara que só venceu uma vez na vida. É um bom caso de histórias exóticas de países exóticos que passam no People and Arts, né?

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FÉ DEMAIS

Além de ter de acreditar no "louvor de cristo", na "pregação na Galiléia" (acho que rolava uma pegação, isso sim) e pontuar as frases com "amém", os crentes precisam ter uma característica fundamental para garantir um lugar no paraíso: o mau gosto para roupas.

Puta que o pariu, vão se vestir mal assim na Judéia! Tudo bem que haja regras rígidas quanto ao comprimento das saias, mas existe algum capítulo na Bíblia que diz que elas devem ser roxas e de organza? Algum apóstolo recomendou o uso de tailleurs da 25 de Março? Ninguém nunca ouviu falar em longos? Ninguém nunca assistiu a uma cerimônia do Oscar?? Falem com o Armani, com o Tom Ford, com o Lagerfeld (talvez Galliano seja um pouco demais pros crentes) e vejam se é possível ter elegância e ser puritana ao mesmo tempo.

Puritanismo não tem nada a ver com breguice; antes pelo contrário, devem ser mantidas bem distantes um do outro para o bem da humanidade. Abre o olho, capeta: cafonice não leva ninguém ao céu! As lojas Colombo têm convênio com o inferno!

Mas, além disso, o mundo da moda fashion evangélica implica intervenções (ou a ausência total delas) no cabelo. As coitadas das mulheres não podem cortar o cabelo, por motivos que eles julgam importantes. OK, não discuto os motivos, contesto os resultados. Porra, aparem as pontas, dêem um trato, façam uma hidratação, cuidem desse tal manto! E, por favor, apaguem a imagem de Rosinha Chapinha Garotinho. Ela não é referência para absolutamente nada.

Os cabelos dos homens crentes também é um problema grave. Desconfio que essas igrejas mantenham uma rede de franquia de cabeleireiros crent-friendly que faz só esse tipo de corte em todo o país e onde mais houver uma igreja Universal. Eu não sei de onde eles tirarm esse modelo, mas deve ter sido de algum escriturário de cartório da Baixada Fluminense. É o corte ideal para enfrentar 56 horas de ônibus lotado por dia. Capacete de cristo.

E já que estou falando de etiqueta crente, aqui vai uma sugestão para os gerentes das igrejas. Está na hora de os senhores modernizarem a tal sacolinha, não é mesmo? É muito grosseiro aceitar só dinheiro. Hoje em dia não existe um estabelecimento comercial (exceto alguns em Brasília) que não aceitem cartões de crédito. Os clientes-crentes _os famosos crientes_ possuem cartões de crédito, muitos internacionais, e gostariam que essa modalidade fosse incluída nas opções de pagamento nos cultos. Cartões de débito também seriam uma excelente alternativa, e não haveria mais a necessidade de olharmos aqueles macacos carregando sacolas de dinheiro pelos estádios. Pensem nisso, senhores gerentes. Existem maquininhas modernas, sem fio, ideais para cultos, onde o cobrador pode passear livremente passando o cartão dos crientes. Amém?

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sexta-feira, abril 18, 2003


Ser cínico cansa.

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HALF BROTHER

Porra, prender o meio-irmão de safados parece solução meia-boca encontrada por países sul-americanos para mostrar à comunidade internacional quão empenhados estão no combate à corrupção!

Eu quero um irmão inteiro na cadeia!

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PALETÓ-E-GRAVATA

Começo pelo meio: o cinto, da espessura de um mindinho, data de 1981 e vem com as letras Y, S e L gravadas na fivela, donde se supõe ser da Yves Saint-Laurent. Supõe-se, eu digo. A calça é jeans mesmo, porque é a única em que havia aselhas para o tal cinto. O tênis é preto e disfarça bem um sapato, sem problemas.

Agora, a parte de cima. Camisa branca de manga comprida e punhos abotoados, uma beleza. Terno azul marinho com botões dourados, "para ficar bem com a calça", sugestão do pai do rapaz e dono das vestimentas superiores, a partir do cinto. E, por fim, a gravata, também com YSL gravado. Quer dizer, por fim, os óculos escuros davam um ar extracool (tipo Hall's preto) a todo o resto...

Não se pode dizer que elegância seja um termo muito apropriado para essa mixórdia de influências, mas até que não ficou um desastre essa minha primeira incursão ao Palácio do Planalto.

Não me lembro da última vez em que usei paletó-e-gravata, mas deve ter sido em alguma festa que exigia o traje, há anos. Aliás, eu nem tenho gravata. Não gosto nada desse tipo de roupa porque ele é redutor. Transforma homens em seres invisíveis e, portanto, socialmente aceitos. Seguranças usam terno e gravata para ficarem invisíveis, parte da paisagem. Pelo mesmo motivo executivos, advogados, apresentadores de telejornais, pastores evangélicos, políticos usam o terno-e-gravata. A idéia é não se diferenciar, não ousar, não se sobressair, manter o estado das coisas. Odeio isso.

Obviamente nunca trabalharia num lugar cujo uso do terno-e-gravata fosse obrigatório ou "recomendável"; sou contra o uniforme em ambientes de trabalho, é só por isso que eu não sou jogador de futebol, hehe. Esses lugares olham com desdém e arrogância para as camisetas e tênis, trajes "inferiores" que não traduzem a importância (geralmente enooorme) que tais empresas acham que têm.

Bandas cujos membros usam terno-e-gravata são em geral de rock. Novo rock, como se diz. E seus membrs vestem-se com trajes iguais. Fica legal, é verdade. Tiram o terno-e-gravata do seu habitat natural e os leva para a esbórnia do palco e da fúria das guitarras, apesar de ser uma referência de bom-mocismo dos anos 60, quando o rock nascia, e a tradição de músicos (de jazz, blues ou de orquestras) se apresentarem de terno-e-gravata influenciava na aceitação da novidade. Kool.

De modo que foi a primeira vez que usei paletó-e-gravata (não rolou o terno) em anos. E gostei. Acho que vou comprar umas roupas assim só para passear, ir ao cinema, ao restaurante, ao after-hours.

E também porque Matrix Reloaded está na área, hehe.

Neo Zeitgeist





quarta-feira, abril 16, 2003

HYPE, SÔ


Pode falar o que quiser de Brasília, mas a capital federal é bastante criativa nas suas festas:

X-Position - dia 20/4
Pela primeira vez no Brasil uma exposição agropecuária abre espaço para música eletrônica. Quatro ambientes, 12 horas consecutivas e mais de 40 DJs.
No Parque de Exposições da Granja do Torto.


Deve ser a primeira festa de música eletrônica caipira da história.

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sexta-feira, abril 11, 2003

Cena eletrônica de cu é rola eletrônica.

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quinta-feira, abril 10, 2003

BREATHTAKING

O trailer do ano: Matrix Reloaded.
Esse "final trailer" entrou no ar há poucas horas.

Neo is back, ladies and gentlemen.

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PORTA-AVIÃO

Clipe de Out of Time, primeiro single de Think Tank, do Blur, a sair em 14 de abril, o dia.

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quarta-feira, abril 09, 2003

LANLAN

Sabe porque a ex-marida do Cassião tem esse nome?
É de Lan House. De tanto que a percussionista jogava Counter Strike, ela ganhou o apelido de Lanlan. No começo só chamavam ela de Lan House. Ela ficava puta porque ela num curte house, taligado? E retrucava: pega aqui no meu lanlan!

Aí Lanlan pegou. Bunitinho, né?

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FORUM

Inspirado pelas camisetas mais imbecis da moda fashion, aquelas em que têm escrito Luta, Respeito (essa é a melhor), Fé e o caralho, vou sugerir pro Tufi Duek umas idéias "engajadas", do tipo:

- Ejaculação
- Frieira
- Excremento
- Psoríase
- Zeitgeist

E, claro, nos anúncios a atriz, ator ou cantor fazem a mesma cara de consciência dos cartazes atuais.

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PÁSCOA

Você comeria um chocolate do Aphex Twin? E se esse chocolate fossem moedas grandes que vêm com o disco 26 Mixes for Cash? O álbum é ótimo, mas a questão permanece: você comeria um chocolate do Aphex Twin?

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CINEMA PPR

Veesh, lá vem mais um filme brasileiro PPR (com preto, pobre e "realidade"), para fazer a classe média "pensar". Carandiru, dia 11, só nos cinemas, hehe.

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UMM

Queria que o Ali Químico estivesse embedded no meu cérebro para provocar uns danos colaterias ou mesmo algumas casualties de neurônios.

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TRAGICÔMICO

Ontem ouvi uma música em que o Cassião Eller canta: Mais uma dose/ eu acho que estou a fim/ éééééééé/ a noite nunca tem fim/ por que que a gente é assim?

Num foi por causa de mais uma dose que a nêga bateu as botas?

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CHUPA!

Pelo terceiro ano consecutivo, as vendas de CDs caem em todo mundo. Agora a queda é de 7% em 2002 em relação a 2001. Pirataria física e digital é a grande desculpa pelo terceiro ano consecutivo. Vou morrer discordando dos motivos dados pela IFPI. Motivos que só mostram que a indústria fonográfica, 4 anos depois do Napster, ainda não sabe o que fazer com a Internet. Chamo isso de incompetência, e os números refletem isso. Pelo terceiro ano consecutivo.

O curioso é que o mesmo relatório anual da IFPI, divulgado hoje, mostra que a venda de CDs no Brasil teve um aumento de 4% em 2002 em relação ao ano anterior. (AUMENTO DE 4%, vamos escrever bem grande para que os jornalistas da área enxerguem e parem de fazer coro com as gravadoras no lamento inconseqüente).

Um crescimento assim, diante de uma "avalanche" de pirataria ("mass downloading from unauthorised file sharing on the internet and the massive proliferation of CD burning" são os termos usados no relatório da IFPI), soa como uma aberração, um câncer desfavorável às estratégias de marketing usadas nos últimos anos. França também teve um aumento de 4% nas vendas de CDs no período. E a Inglaterra manteve o mesmo número de discos vendidos em 2002. Os executivos devem estar intrigadíssimos, hehe.

A indústria nacional sabe fazer muito bem com que artistinhas apareçam em campanha contra pirataria e ainda posa de vítima _isso é um ótimo álibi para a incompetência e a permanência do status quo.

Investir em talentos e aprimorar a produção e as relações com os artistas, ah, isso é pedir demais para as coitadas das gravadoras... Mas, espere, talvez isso não seja MESMO o negócio delas. Então está tudo certo, oras.

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terça-feira, abril 08, 2003

BOMBA

Você já deve ter ouvido ao menos falar no clipe de Boom, dos medonhos System of a Down, em que aparecem imagens de manifestações pela paz _a maior da história_ em várias cidades do planeta, no dia 15 de fevereiro.

Sobre as imagens aparecem o nome do local e a quantidade de manifestantes que pedem paz. São Paulo e Rio aparecem no clipe. O clipe é dirigido por Michael Moore, portanto desconfie.

Foi o que fiz. De acordo com o vídeo, houve 30 mil pessoas pedindo paz em São Paulo e outras 30 mil fazendo o mesmo no Rio.

Números dos próprios organizadores publicados em um jornal no dia 15 de fevereiro desmentem isso. Em SP, foram entre 10 mil e 20 mil (no mínimo o clipe mostra um número 50% maior). No Rio, a diferença é ainda mais marcante: 10 mil, segundo a organização _um terço do que aparece na música do System of a Down.

Claro que um clipe _e um clipe de uma banda como essa_ não tem credibilidade nem compromisso com informações precisas. Até porque os números divulgados pelos organizadores e pela Polícia Militar estão longe de serem precisos, mas eram os "oficiais", ao menos. Mas, se a banda quer se promover às custas da guerra _ou da paz, dá no mesmo nos dias de hoje_ e mostra imagens "reais", com números "reais", de um evento que de fato aconteceu, deveria tomar um pouco de cuidado na denúncia.

Ou pelo menos chamar outro diretor, porque Michael Moore é um grande bobo. Para dizer o mínimo.

Neo Zeitgeist




BOOBS

E o Goldfrapp ficou sexy. Veja o clipe de Train, novo single da dupla a sair em 14 de abril, o dia.

Se você for pobre, veja os peitos em 56k.

E, se não quiser, não veja nada.

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CINEMA PORTUGUÊS

As traduções dos filmes para o português de Portugal são bem mais divertidas do que as brasileiras. Exemplos:

- Apanha-me se Puderes (Catch me If You Can)
- Ocean's Eleven - Façam as Vossas Apostas
- Inadaptado (Adaptation)
- Cercados (Black Hawk Down)
- Hedwig - A Origem do Amor (Hedwig and the Angry Inch)
- Oh Não! Outro Filme Adolescente (Not Another Teen Movie)
- Conta-me Histórias (Storytelling; no Brasil é Histórias Proibidas)
- Sabe-se Lá (Va Savoir; no Brasil é Quem Sabe)
- A Coisa Mais Doce (The Sweetest Thing; no Brasil, Tudo para Ficar com Ele)
- Grande Sarilho (Big Trouble)
- Era Uma vez Um Rapaz (About a Boy)
- Casamento Debaixo de Chuva (Monsoon Wedding; no Brasil, Casamento Indiano)
- Arac Attack - Tarados de Oito Patas (Eight Legged Freaks; no Brasil, Malditas Aranhas!)
- Relatório Minoritário (Minority Report)
- Viram-se Gregos para Casar (My Big Fat Greek Wedding)
- A Importância de ser Ernesto (The Importance of Being Earnest)
- Santa Cláusula - Sarilhos no Natal (Santa Clause)
- Outra Questão de Nervos (Analyze That)
- Full Frontal - Vidas a Nu
- As Manas Rock (The Banger Sisters; no Brasil Doidas Demais)
- Pares (Duets)
- Inimigo às Portas (Enemy at the Gates)
- Onde Tá o Carro, Meu? (Where's My Car, Dude?)
- Cala-te Boca (Double Take)
- Resistir-lhe É Impossível (The Wedding Planner)
- Uma Rapariga em Cem (100 Girls)
- Esquece...E Siga (Get Over It)
- A Hora de Ponta (Rush Hour)
- O Jardim da Alegria (Saving Grace; no Brasil, O Barato de Grace)
- Um Susto de Filme (Scary Movie)
- Gritos (Scream; no Brasil, Pânico)
- Ligações Imprevistas (The Next Best Thing)
- Ela, Eu e o Outro (Me, Myself & Irene)
- Entre Rapazes e Raparigas (Boys and Girls)
- O Professor Chanfrado (The Nutty Professor; O Professor Aloprado)
- Um Sogro do Pior (Meet the Parents)
- Queres Ser John Malkovitch? (Being John Malkovitch; por que em Portugal isso virou uma dúvida?)

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JETSONS



Radebaugh: The Future We Were Promissed, exposição em cartaz até agosto na Filadélfia, com ilustrações "futuristas" feitas nos anos 50.

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ALFACE VOADORA

Com um nome ótimo desse, só podia ser de Portugal, pois. Trata-se de uma revista electrônica de Lisboa, mas que saiu do ar _há, no índice, o aviso básico "A Alface Voadora não está a ser actualizada.Veja as razões no link acima", rarararararara.

Mas ainda é um bom guia, com cadernos de nomes como Vá (lista de restaurantes, discotecas, exposições, cinemas etc.) e Tertúlia (tipo um message board).

A seção Noite traz ótimas dicas de discos (Danças com Nuno Bernardino). Veja a lista dos melhores discos de 2000, uma graça.

Alface Voadora, o sítio.

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quinta-feira, abril 03, 2003

El cartel del FIB 2003

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quarta-feira, abril 02, 2003

ELEMENTO VAZADO

_Olha, Luzia, tá impossível. Agora é todo mês isso.
_Mas Cleuza, menina, tá aperreada com quê?
_Esses vazamentos que infernizam a minha vida. Tem mais de dois dias que esse disco do Radiohead tá vazando na minha internet.
_Vish maria! Já falou com o zelador? Ele conhece um encanador ótimo.
_Já foram umas cinco bacias, tá tudo encharcado de música lá na sala.
_Ah, mês passado foi o clipe da Madonna que vazou lá em casa. Menina, ficou tudo sujo. Porque clipe é uma imundície, né?
_Ai, coitada, clipe é pior, né? Eu não sei o que acontece com essa internet! Estou ficando doidinha com isso. A gente sabe que num dá pra confiar nessa coisa, né? Toda hora tem música vazando, lá em casa a gente até se acostumou. Mas quando vaza o disco inteiro? Eu quero morrer!
_É problema de encanamento, Cleusa. Pergunta pro seu Raimundo se ele num tem uma conexão discada Tigre, pelo menos vaza menos. Você tem banda larga?
_É, disseram que era última moda, que era moderno. A gente acredita nessas coisas. Mas aí um dia é Michael Jackson pingando na sala, outro dia é Nirvana vazando no quarto, depois Dave Matthews Band... Assim não tem quem agüente!
_Calma, vai lá em casa que eu passo um café enquanto o seu Raimundo conserta a sua internet. (sussurrando) Aproveita e pede pra ele secar as músicas também, boba.

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QUEBRA-VENTOS

Adorava os quebra-ventos. Surgi quando eles tinham maçanetas cromadas, polpudas, e eram mais importantes no contexto da janela; ocupavam boa parte do vidro lateral do motorista e do passageiro.

Numa cidade quente era possível andar com os vidros do carro fechados, mas _ahã!_ o frescor do vento entrava por essa espécie de atalho. E era um atalho direcionável, você podia movê-lo para que o vento fosse para você, para a direção ou para o pára-brisa. Era através dele que o espelho retrovisor era ajustado, sem a necessidade de abrir a janela. Era uma época em que o consumidor tinha mais escolhas.

Os carros foram mudando, e assim também os quebra-ventos. O vidro lateral começou a ter mais destaque, começou a se mover por mecanismos elétricos e a ocupar mais e mais a área da porta. O quebra-vento começou então a ser desmoralizado. Ficou menor, ganhou maçanetas de plástico, o que era tratado como "evolução e modernidade" pela indústria. Para tentar compensar a humilhação do tamanho pequeno e do plástico, os quebra-ventos tinham uma trava cor de laranja, cuja função, em tese, era tornar o acesso ao carro mais difícil _era relativamente fácil roubar um carro quebrando apenas o quebra-ventos.

Essa trava laranja era uma espécie de água mineral que a indústria fornecia aos consumidores depois de destruir suas janelas com bombas sob a alegação de que era "perigoso". Familiar, não?

O ar-condicionado foi o aliado que os invasores adoraram e tornou supérfluo o quebra-vento, já que todos os vidros ficavam fechados e o "vento" _agora mais gelado_ podia ser direcionado pelas saídas de ar no centro do painel.

Foi o fim dos quebra-ventos, já no final dos anos 80. A partir de então não havia mais meio-termo: ou a janela abria inteira ou estava completamente fechada; ou tudo ou nada. Acabaram-se as escolhas.

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