|Zeitgeist| like a fucking stoned






segunda-feira, setembro 30, 2002

KAYA

Findesemana com muito Bob Marley. Como é bom. Aliás, é confortável. Comprei o disco Legend, uma das melhores coletâneas de todos os tempos, lançado em 1984. Até então tinha apenas dois discos relacionados a Marley: um de versões em dub e outro de "duetos póstumos" com rappers. Enfim, Legend chegou.

Evidentemente, já ouvira todas as músicas de Legend inúmeras vezes mesmo sem possuí-lo _talvez esse álbum seja único por causa disso. E Bob Marley me remete à adolescência, outra obviedade. O incomum é que passei minha puberdade numa cidade diferente da que nasci e da que vivo hoje. Então é um período isolado temporária e geograficamente.

Bob Marley me transpõe pro conforto da minha casa, do vento no rosto com amigos à tarde, de pequenas transgressões abençoadas pelas letras libertárias, revolucionárias e emaconhadas do jamaicano.

Sei que me senti bem, havia anos não ouvia reggae. E foi muito bom. Doses de pureza, ingenuidade, humanismo e maconha não fazem mal a ninguém.

Neo Zeitgeist




SE LIGA

Preconceito é muito foda. Mal acabo de revelar as minhas tarefas islâmicas, e já tem gente achando que eu sou um projeto de terrorista. Em que mundo você vive, darlin'?

Neo Zeitgeist




DEVER DE CASA

Tenho que ser craque nos cinco pilares do islã até o final do ano:

  • Acreditar em Deus - Putz, tá foda, mas tenho esperança

  • Rezar cinco vezes por dia - Moleza, já dá pra rezar umas três

  • Fazer uma peregrinação a Meca - Quando o bonitão do Abraão inventou isso, o dólar não tava quase R$ 4, né?

  • Jejuar durante o Ramadã - Ótimo, 30 dias sem comer quando houver luz do sol. É uma dieta das arábias! Só preciso saber quando é, hehe

  • Fazer caridade - Bom, ainda estou tentando definir "caridade" depois da esbórnia de sábado

  • Neo Zeitgeist




    BAGDÁ

    Cara, coça muito virar muçulmano. Esse papo de barba é foda. Mas vamos lá, não vou desistir. Também tou pensando em virar fundamentalista, que é mais rock and roll... Mas isso é mais pra frente. Antes tenho que cair de boca no Corão.

    Neo Zeitgeist





    domingo, setembro 29, 2002

    MAGIA

    Fans snap up Potter II tickets.
    Não só a CNN, mas pelo menos outros 42 veículos de língua inglesa ajudam a fazer o "burburinho" uníssono sobre o segundo filme de Harry Potter. Muito bom, a Warner diz que vai vender os ingressos a mais de dois meses da estréia, e todo mundo aceita tranquilamente que isso significa histeria do público fanático. Quer saber quantos ingressos foram venidos? Ah, sobre esse detalhe não há palavra.

    O mais genial é que esse marketing especulativo (ou mentira, se preferir) funciona que é uma beleza.

    Neo Zeitgeist




    TFP

    É foda. O cara é holandês e se chama Junkie XL. Menos nos States, onde não dá pra pôr um Junkie para remixar uma das músicas mais vendidas do país. Ele tinha que ser JXL.

    Neo Zeitgeist




    DELIVERY STATUS NOTIFICATION

    So then I dropped it in the mailbox
    And sent it special D.
    But in early next morning
    it came right back to me.
    She wrote upon it:
    Return to sender, address unknown.
    No such number, no such zone.

    Elvis Presley

    Neo Zeitgeist





    My brain has left the building.

    Neo Zeitgeist




    DE PRIMEIRA

    O que terceira via, terceiro setor, terceiro olho, terceiro sexo e cheque de terceiros têm em comum?

    Todas têm segundas intenções.

    Neo Zeitgeist





    sexta-feira, setembro 27, 2002

    NOJO

    Gostaria de não ver/ouvir nada relacionado a Paralamas do Sucesso, Herbert Vianna e sua "recuperação milagrosa" ou qualquer bosta ubíqua sobre esse tema degradante que é a exploração da miséria humana em troca de promoção de uma merda de disco novo.

    É, mas isso é o tipo de evento midiático que não só está em virtualmente *todos* os lugares como visa a sensação simples. E, que eu saiba, um semi-vocalista não enobrece nenhum disco.

    Neo Zeitgeist




    ESPAÑA

    Permita-me a sinceridade: Hable con Ella é lindo, mas não gostei nada.
    Acontece.

    Neo Zeitgeist




    ARE YOU FEELING LUCKY?


    Neo Zeitgeist




    PAREM AS MÁQUINAS

    Email recebido:

    >Fala, Zeit!

    >Cara, inacreditável esse jornal! Se liga:
    >A Erika Patolino só agora desobriu que existem os 2 Many DJ's e a "novidade" dos bootlegs, vc acredita? E a antenada ainda erra o >nome do disco dos caras!

    >Aí, depois o cara fala que Beck sempre foi comparado com Bob Dylan. Como assim, véi??? Mellow Gold era Bob Dylan? e fique esperto pq esse disco novo é "monotônico"... Mas beleza, pior foi quando disse q Beck namorou a Winona Rider. Huahuahuahua! >RIDER? A DO CHINELO?

    >Ah, e tem também o lnce da numeração do CDS. Puta merda, os caras vão numerar mesmo, com número e letra! Ninguém nunca >ouviu falar em código de barras e Soundscan? E só esse jornal que acha q isso vai mesmo resolver e que isso é uma polêmica, né? E é sério: existe um SUPLENTE DE IVAN LINS! Se mata!

    > E na boa, esse negócio dos Paralamas já encheu. Os caras sempre foram uma merda, não é pq o cara sofreu um acidente q eles >ficaram bon. Tifudê.
    >bom, falou aí.


    É dura a vida da bailarina...

    Neo Zeitgeist





    quinta-feira, setembro 26, 2002

    ALTO-FALANTE

    Pode parar de enviar emails, cartas, telegramas, cartões postais e fazer passeata na frente do meu prédio. O tão aguardado dia chegou.

    O que estou ouvindo e gostando de ouvir:

  • A Hundred Days Off, Underworld - Já se pode chamar o ex-trio e atual dupla de clássico eletrônico. Karl Hyde e Rick Smith voltam a fazer disco sem o DJ Darren Emerson, o que não acontecia desde Dubnobasswithmyheadman, de 93. Como todo clássico, o Underworld mantém a sua sonoridade característica _argumento que só é favorável se você gostar do grupo, claro. Two Months Off, o primeiro single cujo vídeo você pode ver mais abaixo, é um longa-metragem de mais de nove minutos que atualiza a euforia de Born Slippy para os anos 00. Rock and rock and rock and rooollll! Dinosaur Adventure 3D possui todos os códigos do DNA underworldiano, com batidas de Moaner e alma de Juanita. Twist e Sola Sistim são elegância pura, frias e negras. O foda é ler aquela porra do encarte.


  • DJ-Kicks, Playgroup - Belezura de disco, já falei. Se eu disser que aquilo é anos 80, você vai achar ruim? Tá bom, então não digo. Só ressalto que é um disco com a consistência de uma lava lamp: disforme, suave e funky. Os segundos inciais da cover de Tainted Love, do Soft Cell, feita por Impedance e remixada por Trevor Jackson, possuem algo relacionado às batidas do coração, baixo profundo e bem marcado, que me satsifazem mais do que deveria.


  • Dirty Dancing, Swayzak - Êê, Swayzak, hein? Popizou-se no terciero álbum. Himawari (2000) continua sendo a obra-prima dessa dupla que tem o nome em homenagem ao Patrick Swayze. O tradicional (?) tekno minimalista e crocante ganha a companhia da voz suave de Clair Dietrich (que nome bom, não?) em duas músicas. Adult está em I Dance Alone, que obviamente flerta (hahaha) com o electro e cujo clipe é uma versão do de Ray of Light, de Madonna, mais trash e com peitinhos. Enfim, bom disco para momentos dark.


  • Mind Elevation, Nightmares on Wax - Taí, esse é um dos seis discos de hip hop que merecem o meu crédito este ano. Os outros são os álbuns de TTC, Blackalicious, N.E.R.D., Antipop Consortium e DJ Shadow. Felizmente não é a Universal que lança esse disco no Brasil, caso contrário haveria um adesivo bem baiano escrito LOUNGE em letras laranjas na capa... É hip hop suave e o mais pop que George Evelyn já fez. É menas chapaçã e mais deleite soul, dubby e r&b, como em Know My Name e a pulsante Environment, ambas com Chyna B nos vocais. E o marlegal é que o disco que tenho em mãos é uma versão limitada em 500 unidades, acompanhada de um disco extra bacana remixado pelo moço. Grandes merdas, mas precisava falar isso, hehe.


  • World Service, Dave Clarke - Álbum de 2001 (os demais são recentes) com dois discos: um tekno e outro, er, electro. OK, a aquisição foi orientada pelo disco electro, já que Electro Boogie (98) é ótimo. E, sim, o CD 2 mexe as cadeiras fácil. Mas o de tekno é igualmente bom, além de poderoso. Digo isso depois de ter ficado traumatizado com o Fuse Presents Dave Clarke (99), a maior porrada tekno que ouvira até então. Só uma ressalva: o cara bem que podia fazer algo mais legal no remix de Idioteque, do Radiohead.

  • Mixed Emotions: Montreal Mix Sessions, Vol. 5, Tiga - Outro álbum de 2001, com dois discos, um tekno e outro electro. Dã. Mas o "prodígio" da International Deejay Gigolo, que usa óculos escuros à noite, apenas satisfaz. Os mixes são ok, mas as versões já não são tão frescas assim (mas já?), além de as músicas serem um poco claustrofóbicas demais. E, além de tudo, ele está bem mulherzinha nesse disco, hehe.


  • Attention, Gus Gus - O segundo nome musical mais popular da região de Reykjavik se adaptou aos tempos mais globalizados e realizou um downsizing: de nove integrantes, ficaram apenas quatro. Ou seja, ficaram mais precisos. Não foi o que pensei quando vi o nome Moonshine no disco. Mas foi só um susto, o selo baiano de tekno apenas distribui o disco nos EUA. Voltando: estão mais precisos e mais afiados. Menos etéreos e mais voltados para o dancefloor.Desire é Orbital puro, uma semi-vergonha. Mas é um bom disco, desses que correm o risco de se tornar mais agradáveis com o passar das audições. Deve ser por isso que o disco tem esse nome...


  • Scorpio Rising, Death in Vegas - Como não aguento mais escrever, digo que é psicodélico até a última lasca do ácido. Aliás, tão lisérgico quanto rocker. E muitas participações estelares, tipo o chato Liam Gallagher, Dot Allison, Hope Sandoval (essa só colabora, né, fia?) e o tio Paul Weller. Hands Around My Throat é cool prakarai, e o disco vem com seção multimídia que inclui dois remixes de Natja , o clipe de Hands, wallpaper e um joguinho besta. Por falar em besta, www.continorooms.com é o site oficial mais baiano que já vi. Mas o disco é legal, diferente do primeiro (Dead Elvis, 97), mais parecido com o segundo (Contino Sessions, 99) e o encarte traz aquelas crianças gêmeas que fumam charuto, raspam a cabeça e posam com metralhadoras, líderes de uma facção criminonsa da Tailândia, tá ligado? Como disse, bem psicodélico.


  • Ce ça.

    Neo Zeitgeist




    OBRIGADO, NÃO

    Ofereça-me qualquer coisa, mas não me venha com teatro de bonecos e mímica! Ao lado de solos instrumentais, são duas "expressões artísticas" que me provocam vômito. Se teatro de gente já é um abismo de malice, imagine a malice teatral hardcore manipulando bonecos malfeitos, mulambentos e caindo aos pedaços, para alegrar criancinhas em hospitais. Ou, pior, arrecadar algum tipo de fundo pra algum tipo de caridade. Não! Sai daqui!

    E aquele Marcel Marceau com sua indefectível expressão de quem não sabe o que está acontecendo? Prefiro a morte numa câmara de gás! Que arranquem as minhas 20 unhas, mas não me ponha perto de nenhuma coisa que finja estar lidando com objetos invisíveis e tenha cara de mongolóide pintada de branco. Eu não sou retardado! Querem enganar a quem, seus mímicos?

    Se mímico e teatro de boneco prestassem, não seriam atrações para turista mané nem "terapia" de ator fracassado, respectivamente.

    Neo Zeitgeist




    REMEDINHO

    Há 24 horas o disco Iron Stylings, estréia dos irmãos produtores e DJs do Medicine8, entra em qualquer CD-player que estiver por perto e começa a tocar. Uma loucura. Em termos de intervenção medicamentosa, é o melhor remédio que surgiu na Inglaterra desde Ladies and Gentlemen We Are Floating in Space (97), do Spiritualized, disco que vinha numa caixa de remédios, com bula e um "comprimido" que tocava.

    Mas Liam e Luke May _ o Medicine8_ são adeptos da medicina alternativa, aquela que utiliza funk, grooves, acid house e acompanhamento tekno para levar à cura. É um dos melhores antidepressivos, ops, álbuns do ano, a começar pelo nome das músicas: Donuts Prozac, Junior Aspirin, Oxygen Seeds , Even the Beetles, the Monkeys e Capitol Rocka. Puro funky house subcutâneo.

    Donuts Prozac, por exemplo, oferece overdoses de grooves à Lottie e Jon Carter e ainda faz ode ao Special K. É uma das raras segundas faixas de um disco que me fez voltar a ela antes de a terceira chegar na primeira vez que ouvi um álbum.

    Even the Beetles, the Monkeys é nonsense. A voz distorcida-metálica-afogada diz num looping initerrupto: Pink Floyd, Led Zeppelin (alguma banda incompreensível) The Rolling Stones even the Beetles, the Monkeys. Tudo embrulhado em batidas narcóticas, dessas que levantam qualquer doente terminal se inaladas corretamente.

    O auge do remédio narcotizante, entretanto, é o primeiro single, Capital Rocka, com química semelhante à que Slam e Justin Roberston costumam despejar com sucesso na veia dos seus pacientes, se houvesse uma seringa que pudesse juntar os dois "doutores". É, como de resto todo o disco, direcionado à pista.

    Medicine8 era Medicine e mudou porque já havia uma banda norte-maericana homônima. De qualquer modo, está longe de ser um placebo eletrônico. É indicadíssimo para vários tipos de cura ou loucura.

    Neo Zeitgeist





    quarta-feira, setembro 25, 2002

    CONVERSÃO

    Bom, vou mesmo me tornar muçulmano. Pode me chamar de Muçul, mano. Hahaha. Primeiro vou deixar todos os pêlos do meu corpo crescerem. Eles gostam de se parecerem profetas. Mas o mais importante é conseguir descontos no Arábia, restaurante delícia com um mâitre folclórico. (claro que nem todo árabe é muçulmano, mas muitos são, estou contando com isso). E vou comprar pra mais de 3 metro de pano pra me vestir. E no Carnaval, vou me fantasiar de mulher e sair de burca. No calor de fevereiro não deve haver vestimenta mais adequada.

    Aliás, adequado é uma palavra que sempre vem associado a muçulmano, já reparou? São sensatos, retos, equilibrados e, acima de tudo, muito bonitos. Também falam baixo e comemoram qualquer coisa com pouca gritaria, uma demonstração inequívoca de desenvolvimento social e cultural.

    Sem contar as diversões de arrancar clitóris, ter váááárias mulheres (sem clitóris, fazer o quê?) e apedrejar viados e adúlteras. Essas atividades vou reservar para os fins de semana, quando também vou me dedicar ao livro "Respeitem os Meus Cabelos Muçul, Manos", em que conderarei ao inferno todos aqueles que já falaram mal dessa religião tão gloriosa.

    Durante a semana vou ficar me virando pra Meca e me ajoelhando e lambendo o chão cinco vezes por dia todos os dias, afinal quem precisa trabalhar? E ainda falam que nós, muçulmanos, somos adeptos de uma religião estúpida...

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    GUERRA ERRADA


    Damon Albarn e 3D, do Massive Attack

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    PIECE OF SHIT

    O islã é tão legal. Acho que vou virar muçulmano!

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    SOLO

    Por falar em solos de trompete e percussão, como dito abaixo, me lembrei de um dos shows mais insuportáveis que vi _outro show muito ruim foi o do Oasis, mas isso não interessa aqui.

    Chicago, 1999, véspera das minhas primeiras (e até agora únicas) férias, sou imcumbido de cobrir um show do Johnny Lang, além de participar de uma entrevista. Tempos de Free Jazz e dólar abaixo de R$ 2, lembra?

    Que o moço, então com uns 18 anos, era considerado um prodígio do blues e que eu, desde sempre, não dei a mínima para blues e outros "mestres" da guitarra eram informações contraditórias que não interessavam muito ao meu editor na época. Então lá fui eu.

    Tudo normal, legal, o de sempre. O problema foi o show que sucedeu ao do menino, a "lenda" Jeff Beck. Lang até que foi bem, tem um viés rock interessante e não provoca (muito) sono _ o cara é guitarrista e nunca havia ouvido falar em Sonic Youth, olha o nível....

    Antes, uma contexto do lugar e das público presente. Não era exatamente em Chicago, mas num anfiteatro a uma hora da Windy City, do qual não em lembro mais o nome. Era primavera, o tempo estava agradável, e as pessoas, boa parte com 45 anos ou mais, pareciam se divertir com seus mullets, bigodes loiros, camisas xadrez, barrigas proeminentes e esposas branquelas de camisas xadrez, barrigas proeminentes e pochete a tiracolo. Enfim, um horror.

    Ao show da "lenda". Gente do céu... Acho que devo ter ido ao banheiro umas sete vezes durante o espetáculo tamanho o constrangimento. Era insuportável, chatíssimo. Ele na guitarra principal e mais duas outras acompanhando a "lenda" e seu virtuosismo. Virtuoses não deveriam existir, porque são inúteis e conservadores.

    Então a cada ida a banheiro, enxergava mullets animados e air guitar em cada 8 de 10 presentes. Era muito deprimente. E tome solos infindáveis de guitarras; o sujeito no palco parecia simular um orgasmo com a guitarra e o público parecia querer gozar junto. Um nojo.

    Por isso e outros episódios, não suporto solos de nenhum instrumento (lembro que assisti a um show do Duofel e quase tive uma crise de disenteria...). Solos de instrumentos deveriam ser regulamentados por lei federal em todos os países, deveria haver um acordo do Conselho de Segurança da ONU para impedir a realização de mais do que 3 shows desse tipo em cada país do mundo.

    Afinal, é um tipo de destruição em massa.

    Neo Zeitgeist





    terça-feira, setembro 24, 2002

    A FRASE

    Just because I stopped for a minute doesn't mean you can tell me what to do
    Marianne Faithfull, entre uma música e outra no seu show em Nova York.

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    segunda-feira, setembro 23, 2002

    KILT

    Pois muito bem, fui assistir ao show de Aqua Bassino, do elenco do selo francês F Communications. E, quando digo assistir, quero dizer sentar e ver no sentido clássico da palavra. Não consta nos registros de minha memória outro evento com um DJ ou "laptopper" em que eu fiquei sentado, num teatro, observando o sujeito pular de modo engraçado atrás de um Macintosh.

    Mas havia um saxofonista, de um lado, e um percussionista, do lado oposto do palco. A atração principal estava no centro. A iluminação era a padrão do local, a mesma da de Damon & Naomi com velocidade diferente, o que não ajudou muito.

    Um detalhe: pela segunda vez consecutiva, fico apenas os 40 minutos finais de um show no Sesc Vila Mariana _uma maldição promovida por ervas malditas.

    Tiozinhos comportados na platéia; havia outros convidados na noite, tipo uma tal de Fatima Guedes. Enfim, era tudo muito estranho; não faz sentido "assistir" a algo que não acontece. E assistir a solos de sax e percussão está muito longe do meu ideal de diversão. Principalmente quando os sons desses instrumentos, que eram monótonos, se sobrepunham aos dos que saíam do laptop, um housinho cool que obviamente não dizia muita coisa ali; teoricamente era música para dançar ou conversar e interagir com a pessoa do lado, mas nunca para sentar e ver.

    Em termos de movimentação no palco, pode ser comparado ao show de Damon & Naomi, mais um guitarrista japonês convidado. Mas no show dos ex-Galaxie 500, isso fazia sentido: havia um cantor, havia vozes. Quando não há voz no palco, é um pouco constrangedor observar os instrumentistas ao vivo; é como olhar um escritor escrever. Melhor fez Stockhausen, que deixou só um facho de luz ao fundo do centro do palco _o público que tentasse se abstrair.

    Enfim, o show de Aqua Bassino fazia parte de um intercâmbio musical entre Brasil e França, e Jason Robertson agradeceu em francês. Tudo normal se ele não fosse escocês.

    Mas nada parecia fazer sentido ali.

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    SAI DA CHUVA, MININO

    Two Months Off, Underworld.

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    FERIADO

    Está decretado hoje o Dia Internacional do Two Lone Swordsmen. Para comemorar, Stay Down e Tiny Reminders nos alto-falantes.

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    sábado, setembro 21, 2002

    ÓI O BROG, ÓI O BROG

    Estes comentários são ótimos! É um bate-papo privado muito engraçado: pra quem aquelas pessoas estão falando? Do que elas estão falando? Parece uma feira.

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    Convidado da festa Giovanna, da GV, antes de se encontrar com a Silvia, fantasiado de abajur.

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    sexta-feira, setembro 20, 2002

    IMAGINE

    Será que quando Beethoven, já velho, surdo e suando em bicas, compôs a sua Quinta Sinfonia, imaginou que ela poderia tocar no bolso de qualquer idiota com telefone celular quase 200 anos mais tarde?

    Será que ele imaginou que a sua grande obra, composta para ser executada por orquestras em teatros, seria mais popular num aparelho do tamanho de um maço de cigarros?

    Neo Zeitgeist




    FORA

    Então George Bush, dos United Steak, falou para Kofi Annan, da ONU, durante uma conferência:
    This looks like a job for me, so everybody just follow me. Cause we need a little controversy. It feels so empty without me.

    Anan, muito educado, respondeu:
    I'm sorry, mama. I never meant to hurt you. I never meant to make you cry, but tonight I'm cleaning out my closet.

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    quinta-feira, setembro 19, 2002

    MEDA

    Não existem doses seguras para o consumo de Ivan Lins.

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    O DIÁLOGO

    Honey Bunny: I love you, Pumpkin.
    Pumpkin: I love you, Honey Bunny.
    Pumpkin: Everybody be cool. It's a robbery!
    Honey Bunny: Any of you fuckin' pricks move, and I'll execute every mother fuckin' last one of ya!

    Só podia ser Pulp Fiction.
    E assim começa o revival dos anos 90.

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    ZEIT-MÚSICA DO DIA

    Come on-my House, Della Reese. Você vai ouvir quando estrear Swept Away.

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    NOME

    E o Paul Oakenfold que agora é só Oakenfold? Parece o Alckimin, que de uma hora pra outra virou Geraaaldo, hehe.

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    DROGA

    Porra, dá pra esses traficantes vestirem uma camisa?!?!

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    quarta-feira, setembro 18, 2002

    REMISTURAS

    O último programa da louca da Annie Nightingale, na BBC, está especialmente dukarai. Só de remixes.

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    MEMÓRIA RAM

    Contradizendo o próprio nome, Zeitgeist também é passado. Veja como estavam os sites da Billboard, MTV e E! no dia 11/9/01, conhecido como 11-S na Espanha.

    Freqüente o arquivo deste site e descubra coisas incríveis. O link tá lá embaixo.

    Neo Zeitgeist





    Soulful é o caralho!

    Neo Zeitgeist




    CEBOLINHA

    Ivan, o terrível, não só lê isto aqui como dá sugestões. No caso, de nomes comerciais geniais: Paulufusus, uma loja de parafusos de um cara chamado Paulo, na Caredeal Arcoverde, em São Paulo.

    Vou convidar esse sujeito para integrar o Mall de Lojas de Nomes Geniais que deve ser inaugurado em breve.

    Neo Zeitgeist




    PIADA PRONTITA

    Cuba lança agência oficial de rap. Rararara. Muito bom, os cubanos não têm nenhuma noção da vida mesmo (ôôô... claro que têm!).

    "Não queremos um rap mutilado e suavizado para exportação, e sim um rap que seja perfeitamente autêntico", disse o ministro cubano da Cultura, Abel Prieto

    A ser verdadeira essa afirmação, não é de estranhar que algo parecido possa surgir no Brasil, já que os manos daqui são contra inovação, táligado? Pela ordi....

    Neo Zeitgeist





    terça-feira, setembro 17, 2002

    HÁ QUASE UM ANO..

    Em outubro de 2001 acontecia a primeira edição do festival Electroclash em Nova York. Muita gente boa, só coisa nova, bem legal. Este ano, após 12 meses de overdose de hype, o festival cresceu, fará turnê pelos States (ou pelos Steak, como diz o colunista social de Taboão da Serra, haha), mas mantém o bom line-up: Arthur Baker, 2 Many DJ's, A.R.E. Weapons, Felix da Housecat etc.

    E, claro, ele, Larry Tee, organizador e diva, também tocará no festival e nas festas que sacudirão NY mais do que boeings pilotados por muçulmanos. Tee e DJ Hell planejavam o festival em 2001, quando do ápice do electro-glamour sintético. Hell deu o nome Electroclash e abandonou o projeto depois de divergências com Tee, que seguiu no comando.

    Imagine se ele não iria brilhar. O cara que compôs a música Supermodel para Ru Paul não poderia estar de fora.

    Veja como vai ser o Electroclash 2002.

    Neo Zeitgeist




    HAITI 2002

    Uakti não é aqui
    Uakti é aqui.

    Neo Zeitgeist




    NOVIDADE

    Ninguém deve ser obrigado a ouvir bandas cujos integrantes de 19 anos deixam claro que escutaram Iggy Pop, The Velvet Underground, The Jesus & Mary Chain, The Kinks, MC5 e Television pela primeira vez ontem ou anteontem. Acho legal que esses moleques ouçam isso, eram bandas sensacionais _e eram bandas de moleques_, mas não dá pra engolir que esses meninos formem grupos e sejam tratados como novidade ou sangue novo ou revelação.

    Que tal ousar?

    É, estou falando de The Vines, The Hives, The White Stripes, Black Rebel Motorcycle Club e até dos Strokes, que é legal (porque foi o primeiro deles a aparecer), mas chega. E nem falei do Interpol e suas audições recentes de Joy Division e Echo & The Bunnymen

    Todas essas bandas "atuais" acima estão na categoria Babyssauro: são jovens, mas descendem diretamente dos dinossauros roqueiros.

    Alguém pode me servir um rock novo, por favor? Ou terei que sorver doses de Radiohead e Primal Scream para todo o sempre? Olha que eu começo a ouvir tekno!

    Neo Zeitgeist





    segunda-feira, setembro 16, 2002

    LAVA DISC

    Tão fluido quando o interior de uma lava lamp, tão surpreendente quanto uma versão de Tainted Love por Impedance, tão borbulhante quanto uma taça de Veuve Clicquot, tão sofisticado quanto o álbum de estréia de Trevor Jackson é o DJ-Kicks do Playgroup. A diferença mais visível está na capa e no encarte: não há cores, neón; tudo é p&b, rabiscado de giz de cera preto.

    Do final dos anos 70 com Flying Lizards, flutuando por Human League e Nigo e chegando a um ótimo remix de I:Cube, Trevor Jackson mantém a elevada qualidade dos discos da série DJ-Kicks _e vamos ver se agora certos seres deixam de achar que Kicks é o nome de um DJ, hehe _ e aborda um espectro amplo do que se chama de dance music.

    Shake your boogie on the sofa.

    Neo Zeitgeist





    sexta-feira, setembro 13, 2002


    LET'S ROLL!

    Neo Zeitgeist




    PAS MAL

    Hands Around My Throat, Death in Vegas.

    Neo Zeitgeist




    NOTÍCIA DO DIA

    Cerca de trinta pessoas são necessárias para fazer uma "ola" em um estádio durante um jogo de futebol, ou um show de música. (...) A pesquisa também descobriu que a "ola" geralmente "corre" no sentindo horário pelo estádio e tipicamente se movimenta a uma velocidade de 12 metros (ou 20 assentos) por segundo. A espessura da "ola" é de geralmente 12 metros, ou 15 assentos.

    Gênios.

    Neo Zeitgeist




    ZEITDISCO DA SEMANA

    Mais um interessante encontro de um austríaco com a Jamaica, embrulhado em vapores narcóticos da garavdora G-Stone. Stereotyp leva o toast, o ragga e o dancehall para um passeio no espaço no álbum My Sound. Na primeira audição, você ainda quer ficar na Terra. A partir da segunda vez, você embarca na nave com dreads digitais.

    Neo Zeitgeist





    quinta-feira, setembro 12, 2002

    A LINDA HISTÓRIA DE SIDNÉIA E JOSEVANDA

    Óia, mas a Josevanda... Que papelão, viu? Óia que mulézinha da gota. Conheço a Josevanda desde que ela tinha uns 4 pra 5 ano. Sempre foi afoita, respondona, roubava as coisa tudo da irmã. Mas essa agora... Tá louco.

    O que me deixa mais perturbada dos nervo é que a Sidnéia num enxrega, gente. Judiação. Podia fazer isso com outra, mas com a Sidnéia é judiêra demais da conta, deusdocéu. Conhece a Sidnéia não? Conhece não? Sidnéia teve pobrema no olho, mas é pobrema sério que dá em véio. Moça ainda. Dá uma dó. Tem pra mais de quatro ano que ela pegou isso e num enxerga mais. Cegou.

    É, cegou mas sabe muito bem furunfar... Judiação, bate nessa boca. Filho bonito, viu? Mas ela nunca viu... Ai, que maldade. Mas num é que a Josevanda, vizinha de porta, de porta!, da Sidnéia roubou a criança da coitada? Óia, quando o Genislando me falou isso no bar, fiquei tão aperreada que escureceu de um tudo, minhas perna bambearo, o seu Lindovaldo que me deu sal... Que safada! E ela tinha nada que bulir com o filho dos outros? Da cega, jesus! E Sidnéia ficava procurando o filho pela casa, e nada, e procurava, e nada, e gritava, e nada do menino responder, que agonia.

    Agora tem que pegar essa Josevanda e meter o cacete nessa quenga safada da bixiga.

    O mais legal é que é tudo verdade.

    Neo Zeitgeist





    quarta-feira, setembro 11, 2002

    SKYLINE

    Por falar em Nova York, taí um passeio pelo rio Hudson que deve ter sido bem legal.

    Neo Zeitgeist




    VIVA LA DIADA

    Hoje é um dia de festa, de comemoração. Há 288 anos é celebrado o Dia Nacional da Catalunha, região aprazível, cuja capital é a não menos agradável Barcelona.

    *É o dia em que os Bourbon conseguiram invadir Barcelona, pelo lugar onde hoje fica o parque de Ciutadela. Já era tudo um país - desde que os reis católicos (Fernando de Catalunha e Aragón e Isabel de Castela) se casaram, 300 anos antes, mas na Guerra da Sucessão a Catalunha ficou do lado errado, o dos ingleses, que de início seguraram a onda, mas depois se mandaram deixando os catalães de mãos abanando.* Os catalães têm espírito tão peculiar que comemoram a data de 11 de setembro de 1714, dia em que foram derrotados.

    Saia às ruas e festeje a resistência catalã! Te juega!

    *Moltes gràcies, Rodrigo. Vale.

    Neo Zeitgeist





    terça-feira, setembro 10, 2002

    AÇOUGUE


    Akufen depois de uma sessão de "microsampling"

    Neo Zeitgeist




    SONORO

    Dashboard Confessional é um ótimo nome de banda.
    Mas a banda...

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    GRAMÁTICA

    Quer que eu chupo?
    Quer que eu lambo?
    Quer que eu meto?

    Neo Zeitgeist





    segunda-feira, setembro 09, 2002

    GET THE PARTY STARTED

    A festa foi boa. Vendia até "pró-seco", hehe.

    Neo Zeitgeist




    RAGE

    Acho que sou meio grosso aqui. Mas é só aqui ao menos.

    Neo Zeitgeist




    HELP

    Este site gostaria muito de ter um novo corpinho. Um layout marlegal, um visual diferente do atual, sacomé? Mas o dono deste site (parece dono de cachorro falando em mural de bicho) não tem a "melhor condiçã" de fazer nada nesse sentido. Se alguém se dispuser a redesenhar o Zeitgeist, fique à vontade para manifestar o seu desejo.

    Eu podia estar roubando, mas estou pedindo pra você...

    Neo Zeitgeist





    Swept Away deve ser uma bosta de filme, mas a senhora aí sabe das coisas.

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    SEM-CÉREBRO

    Ontem ouvi pela primeira vez o programa de rádio da Erika Patolino e marida. Fiquei feliz. Iniciativas de ação afirmativa, como essa da Energia FM, sempre merecem congratulações.

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    domingo, setembro 08, 2002

    PIQUE-ESCONDE

    A primeira faixa escondida que ouvi _ou a primeira que chamou a atenção_ estava em Broken, do Nine Inch Nails. Não me lembro de outro EP que tenha faixa escondida. No final da última música o disco não acabou. As faixas mudavam no primeiro segundo, achava que aquele disco do demônio (industrial é meio satãzinho, né?) tinha enfeitiçado o cd player. E isso não acabava nunca, esperei. Na faixa 98 surgiu uma música que não se revela assim tão fácil, distorção, microfonia, sons de defeito _eles são o glitch rock, hehe. Estava decidido a mandar a conta do aparelho de som pro sr. Trent Reznor. Mas na faixa 99 também tinha outra música. (que ridículo. Um disco de seis músicas tem duas escondidas. Tipo os caras escondem 25% do que fazem. Mas eu adorei quando rolou isso) Mostrei para amigos que gostavam de Men at Work que mandaram um "você tá ouvindo uns troços bem esquisitos", porque muita coisa ainda podia parecer esquisita para quem tinha uns 20 anos.

    Resultado, as músicas preferidas são Happiness in Slavery e a faixa 99, "suck, suck". Nunca mais vi discos que vão até o limite do visor do aparelho _isso é algum tipo de atitude?_, o que gostei bastante; só realizei esse limite quando alguém me mostrou isso. Aliás, hoje vejo o contrário, discos com uma faixa só, o que não significa abolutamente nada.

    Pára pra pensar (adoro isso, como se pensar andando fosse diferente, hahaha) e saca só quanta loucura.

    Neo Zeitgeist




    FINDE

    Keep It Unreal, Their Satanic Majesties Request, Like a Virgin, Evil Heat, Hijas del Tomate, In Utero, Do Androids Dream of Electric Beats, Music from the Motion Picture Ocean's Eleven, Ambient Translations of Bob Marley in Dub, Handcream for a Generation, Broken, Lifestyles of the Laptop Café.

    Neo Zeitgeist




    I'm a man of wealth and taste.

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    NADA

    Numa manhã fria e nublada de setembro, Gregor acordou se sentindo muito estranho. Claro que não eram patas nem o abdôme protuberante que o afligiam _isso já acontecera com o seu avô. Ele se virava de um lado para o outro e revirava os olhos numa freqüência maior do que os que se sentem bem. Quisera ele que fossem asas e antenas que surgissem. Colocou a Dress You Up, de Madonna, em volume altíssimo, como se 1984 fosse hoje.

    Um alívio corria pela sua alma. Na noite anterior _ou poucas horas antes_ ele subiu a escada de dois lances de um restaurante, onde ele não comera nada. Poucas pessoas se aglomeravam perto da porta de onde vinha a música. Gregor olhava para o chão e para o nada; ele não é muito de olhar nos olhos de um grupo de pessoas. "E aí, Fábio, beleza?", "Fala, cara, tudo bem?", "Oi, tudo bem, prazer", "Ah, não sabia, é verdade?", "Claro, ligaí", "Não, está no Rio", "Quanta gente, né?", "O seu carro foi roubado?" Ficou ambientado em quatro segundos.

    Gregor se sentia muito confortável, apesar da quantidade de gente em volta (ou talvez por isso mesmo) e da dor de cabeça, fruto da noite anterior. Sorrisos e olhares escusos eram vistos por toda parte. O cenário era difuso, granulado, como vistos por um inseto. Cantavam no meio da pista. Rock, Rock. Luz de sala acesa, algum estrobo e um globo colorido; era o tipo de improviso que Madonna conhecia bem em 1984. Todos pareciam gostar. Até a quantidade de whisky ter sido exagerada por um mané, que não gostou dos Strokes que ouviu. Polêmica pop, para tascar uma aliteração.

    Então Over and Over surgiu no apartamento de Gregor depois do que acontecera. Madonna é foda; não havia nenhum motivo para isso estar acontecendo. E a manhã de setembro continuava fria e nublada.

    Neo Zeitgeist





    sexta-feira, setembro 06, 2002

    MAIS UM

    Esse é da série de estabelecimentos comerciais com nomes genias que pretendo inaugurar em grande estilo qualquer dia desses. Como já não me lembro dos nomes criados até agora (Life Sux, Decoreba são alguns deles), vou revelar a mais nova criação:

    Dichave - Chaveiro 24 horas.

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    LIXO

    Eu quero um disco bem bagaceiro, tipo Flash House.

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    quinta-feira, setembro 05, 2002

    N

    Pela primeira vez falei sobre o Napster em Nove de Novembro de Noventa e Nove. Em 9/11.

    Uh.

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    JAP-TEK

    E o Ken Ishii foi bem legal na sexta passada. Tekno na medida certa, bem mais equilibrado do que o peso-pesado Renato Cohen que o antecedeu. Tekno assim como o do japonês faz com que as moléculas do corpo de reagrupem de modo mais harmônico.

    Neo Zeitgeist




    CHOQUE DE MODERNIDADES

    Clarah Preta e Fernanda Iângui, as escritoras mais tatuadas do Brasil, se encontram no saguão de Cumbica, por onde começaram a passar com mais freqüência desde que começaram a falar mais de si mesmas, oops, desde que lançaram livros. Ambas não se dão bem, já que o ego de uma não suporta o da outra. Aliás, os egos de ambas são suficientes para toda a humanidade. O único pronome pessoal do caso reto que conhecem é Eu. Não houve oportunidades para que o Tu, Eles e, principalmente, Nós, fossem apresentados às moças um tanto deficientes nesse sentido.

    Por serem deficientes intelectuais, não enfrentaram a fila do check-in e se juntaram às grávidas e deficientes físicos. Pior: se encontraram pela primeira vez.

    CP: Oi, querida. Eu sou mais jovem do que você e ainda tenho cabelos pintados... Ai, desculpa, você é careca, né?
    FI: Poizé, meu amor. Mas eu li clássicos da literatura mundial que você não teve tempo de ler, afinal você diz que é tão jovem, né?
    CP: Claro, hahahaha. Sou mesmo, isso deve incomodar muita gente. Porque além de jovem, tenho piercing, tatuagem e cabelo rosa, quer mais juventude do que isso?
    FI: A idade chega para todas.. Mas o mais importante é que eu não só escrevo livros. Apresento um programa revolucionário na TV, com mulheres muito mais inteligentes do que você, incluindo eu mesma.
    CP: Aquilo lá é um lixo! (deixa cair a garrafa de vermute que levava na bolsa) Mulheres decadentes que nunca leram Herman Hesse, Bukowski, Leminski. Li todos. Adoro todos, são mestres. Não essas referências de gente velha, como você, que diz que Machado de Assis é legal. Eu sou marginal, sacou?
    FI: Filhinha, eu também sou punk, sou tatuada, mostro isso na cara de todo mundo, sou uma mãe tatuada. Mãe de gêmeos, você está me entendendo? E sou muito bem resolvida financeira e sexualmente. Sou uma mulher rica, poderosa, tatuada, moderna, estou na campanha da Ellus _ou seja, tenho esse lado fashion que acho que precisa ser mais explorado_e tenho um marido maravilhoso que paga as minhas contas. E você, tem onde cair morta?
    CP: Tenho os malditos do meu lado. Tenho os beats na cabeceira da minha cama, que é um ótimo lugar para cair morta. Ter ou não onde morar é uma circunstância que eu encaro como um desafio da mulher moderna e de cabelos rosa.
    FI: Escutaqui, sua vaca. Você acabou de lançar o seu primeiro livro. E ainda por cima pela Conrad! Quem é você para falar comigo que estou na mídia há muito mais tempo do que você?
    CP: Vaca é você, sua piranha de casamento arranjado. Arcaica! Nojenta! Vou acabar com sua raça com essa garrafa de vódega. (era outra mesmo)
    FI: Sua bêbada, sai daqui. Segurança! Socorro! Eu sou mulher do publicitário Alexandre Machado e essa sem-teto está me roubando!
    CP: Sua piranha... Eu sou escritora, o que vocês estão olhando? Escritora! Máquina de Pinball é o meu livro, entendeu? Meu livro. Eu faço o que quiser!

    E então funcionários da Infraero terminaram com o tumulto mais tatuado que Cumbica já presenciara, antes que os piercings das duas escritoras se enganchassem e transformassem as duas nas primeiras escritoras tatuadas siamesas do Brasil...

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    PESADELOS EM CERA

    George Evelyn, do Nightmares on Wax, num set de quase duas horas. Bom para trabalhar, bom para chapar.

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    YES!

    Estou gostando desses filmes ditos chocantes e polêmicos: Ken Park, de Larry Clark, e o francês Irreversible, de Gaspar Noe. Cheguem logo, cheguem logo.

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    quarta-feira, setembro 04, 2002

    CHEGA

    Não se fala mais em outra coisa. É só essa porra desse casamento de Ana Aznar e Alejandro Agag. Caralho, tudo tem limite.

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    terça-feira, setembro 03, 2002

    THE BEST OF AL QAIDA

    No dia 11, deveria ser lançado um DVD com os melhores vídeos revelados por Osama bin Laden e a sua eficiente Al Qaida. Não importa que a CNN tenha comprado, o legal é tê-los reunidos na estante da sua casa para relembrar momentos marcantes. Já visualizo os outdoors: "Imperdível! Eixo do Mal: A Ameaça Fantasma - o DVD do ano por apenas US$ 9,11".

    Como extras, esse DVD teria o making of dos atentados, entrevistas descontraídas com os membros da equipe de filmagem dos vídeos, bastidores da caverna onde Osama morou, o disco ainda seria multimída, com acesso a um site onde poder-se-ia comprar souvenires do terror: burcas by Fause Haten, chaveiros que têm o som de aviões se chocando com o WTC, agenda com páginas temáticas do mundo islâmico hardcore (janeiro, apedrejamento; fevereiro, decepação de mão; março, barba etc.).

    Enfim, seria um lançamento _aham_ estrondoso.

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    MÚSICA DO DIA

    Two Months Off, Underworld.

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    TÔ COM TU

    Eu quero votar no mesmo candidato em que Gugu, Elba Espantalho, os três patetas KLB, Xitãoró e Xorãozinho vão votar. Afinal todos eles são inteligentes, intelectualmente preparados, sabem do que estão falando e, acima de tudo, são muito bem informados acerca dos problemas do país e da atual administração federal. O fato de ganharem uns R$ 60 mil por comício *e* de não terem terminado o segundo grau não faz deles pessoas piores ou mercenárias ou, imagine!, estúpidas.

    Comigo é assim: artista popular votou num, voto no mesmo. Não tem conversa.

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    CONHECE ESTA DOS BEATLES?

    She's gotta a CHICKEN to ride
    But she DONKEY
    My baby DONKEY

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    PUNK KITTENS

    Gatinhos fazem cover do White Stripes.

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    SÓ PRA CONSTAR

    O NME botou os Strokes na capa quatro vezes em um ano.

    Você tinha que gostar.

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    segunda-feira, setembro 02, 2002

    SHOCK


    Jerry Lewis hoje.
    Isso é mais chocante do que qualquer filme de favela. Mas não é nada grave, é só um peido que está para sair há uns 8 anos.

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    domingo, setembro 01, 2002

    31

    Sou simpatizante dos dias 31, como ontem. Eles não são muito comuns _acontecem 7 vezes por ano_ e nada muito importante acontece nessa data. Digo, exceto o Dia das Bruxas e o Réveillon. Mas nenhuma conta vence no dia 31 nem ninguém recebe o salário no dia 31. Tampouco você "só começa a pagar no dia 31" a primeira prestação (ok, os exemplos são classe média até o osso, tou ligado). Não é como dia 1°, ou dia 15 ou dia 20, dias normalíssimos. Também é legal o fato de ninguém perceber a presença dos dias 30 e 31, porque, quando eles aparecem, já é dia 1° 24 horas depois. Não é como a dezena do dia 20, que espera pacientemente o dia 29 para sumir. E, desde 1982, sempre fico muito feliz no dia 31 de julho.

    Neo Zeitgeist




    PUT THE NEEDLE ON THE RECORD

    Scratch, o filme que nunca estréia.
    Better Living Through Circuitry, o filme que é igual a Modulations e a que eu assisti a 1.000 km da minha casa.

    Neo Zeitgeist





    Let's get unconscious

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